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quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Museu do Futebol adapta acervo para ajudar pessoas com deficiência visual



Acervo acessível
Em São Paulo, o Museu do Futebol adotou medidas que facilitaram a visita de pessoas com deficiência visual. Um catálogo do acervo e equipamentos adaptados permitem um passeio emocionante para quem não consegue ver uma partida de futebol.

A visita começa com um aprendizado sobre o estádio do Pacaembu, que abriga o Museu do Futebol. Roseli, de 23 anos, tem apenas 6% da visão, que perdeu em um acidente de moto. A aposentada Maria

Zélia Mota só enxerga vultos - consequência da diabete.

"Que legal! Aqui já é o campo de futebol", exclama Maria Zélia.

O caminho é facilitado por um piso tátil. Elas também conheceram em primeira mão um catálogo produzido no museu, com textos em braile e fotos em alto relevo.

"O catálogo vai para o Brasil inteiro. A gente vai distribuí-lo para todas as entidades na esperança de que eles possam vir a conhecer o local onde foi concebido esse catálogo", diz o diretor do museu, Pedro Sotero.

Todas essas experiências que o museu proporciona aos visitantes só têm sido possíveis com a ajuda de pessoas que conhecem e vivem os problemas da visão, e sabem muito bem que com toque e sensibilidade dá para entender e admirar a beleza do futebol.

Durante três meses, o vendedor José Vicente de Paula ensinou funcionários a receber melhor visitantes especiais.

"Até então a gente não sabia como lidar com um cego, como subir uma escada, como conduzir um elevador. Se a gente poderia falar de cores. Como, se a gente pode falar, e como falar", afirma a educadora Simone Venâncio dos Santos.

E ele, cego de nascença, aprendeu muito:

"É o Pelé dando uma bicicleta. A perna direita dele, ele está na horizontal, levantado do chão, chutando a bola em direção ao gol", descreve José Vicente. "Deve ser muito lindo. A pessoa ficar no ar, ter esse movimento, bola para trás porque aqui pegou a bola no alto e fez o movimento inverso. Isso aqui ficou perfeito. A gente consegue enxergar."

Fonte: G1 Globo

Isenção ICMS Pessoas com deficiência não condutoras terão benefício para comprar carros novos


Isenção ICMS
A deputada federal Mara Gabrilli está comemorando mais uma importante vitória das pessoas com deficiência e suas famílias. Recente decisão do CONFAZ - Conselho Nacional de Política Fazendária -, garante que deficientes físicos, visuais, intelectuais, e autistas poderão comprar carros novos mais baratos, com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A medida, que passa a valer a partir de janeiro de 2013, beneficia não só as pessoas com deficiência com autonomia para dirigir (que já possuem desconto), mas também representantes legais, desde que o valor do veículo com impostos não ultrapasse R$ 70 mil.

Essa mudança na legislação é uma luta antiga de Mara. Desde que era vereadora de São Paulo, ela pedia a isenção do ICMS às pessoas com deficiência, não condutoras. "Essa isenção sana uma injustiça que ocorria. Sem dúvida, é mais uma importante vitória de grande parcela da população", afirma. No início deste ano, já como deputada federal, Mara participou, em Brasília, de reunião no COTEP - Comissão Técnica Permanente do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias, uma espécie de encontro que antecede à do CONFAZ, na qual sensibilizou os presentes. "Até agora, pessoas com deficiência que não dirigiam só tinham direito à isenção do IPI e do rodízio municipal, mas só o condutor tinha direito à isenção do ICMS", explica.

Convênio
Publicado no Diário Oficial da União de 9 de abril, o Convênio ICMS 38, afirma que "ficam isentas do ICMS as saídas internas e interestaduais de veículo automotor novo quando adquirido por pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal".

Além disso, o adquirente não pode ter débitos para com a Fazenda Pública Estadual ou Distrital e o veículo deverá ser adquirido e registrado no Departamento de Trânsito do Estado - DETRAN, em nome da pessoa com deficiência.

Caso o veículo seja transferido dentro do período de dois anos a uma pessoa que não teria o mesmo benefício, o comprador deverá recolher o tributo devido. Após dois anos, a transferência fica livre.

Para ter direito ao desconto, a pessoa com deficiência ou seu representante deve apresentar os seguintes documentos em uma unidade da Secretaria de Fazenda:

- Laudo médico que comprova o tipo de deficiência;
- Comprovação de disponibilidade financeira ou patrimonial para fazer frente aos gastos com a aquisição e a manutenção do veículo a ser adquirido;
- Cópia autenticada da Carteira Nacional de Habilitação (CNH);
- Comprovante de residência;
- Cópia da CNH de todos os condutores autorizados (no máximo três);
- Documento que comprove a representação legal, se for o caso.


A medida iguala a isenção do ICMS à isenção já em vigor do IPI. Saiba mais sobre o IPI em:http://www.receita.fazenda.gov.br/GuiaContribuinte/IsenIpiDefFisico/IsenIpiDefiFisicoLeia

Fonte: Paraolimpicos.wordpress.com

Justiça Reprovada em exame, deficiente visual consegue liminar para assumir cargo.


Justiça
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais concedeu liminar para que Adriana Cristina do Amaral Araújo comprove em estágio probatório que está apta para assumir o cargo de analista educacional, conquistado depois da aprovação em concurso público. Ela entrou com o pedido após ter sido impedida no exame médico admissional de assumir a vaga por ser deficiente visual.

De acordo com Adriana, exame não obedeceu ao que estava determinado no edital do concurso e a decisão que a considerou inapta não estava bem fundamentada.

Em sua decisão, o juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias, Carlos Donizetti Ferreira da Silva, constatou que o laudo não deixa claro o motivo que impossibilitaria a candidata de ocupar a função. Donizetti observou que ela possui deficiência visual, "contudo esta não se confunde com incapacidade laborativa".

Ainda segundo o magistrado, inicialmente não há nada que impeça exercício da atividade pretendida pela candidata e a análise da incompatibilidade entre o cargo e a deficiência deve ser realizada no decorrer do estágio probatório. "Cabe à Administração oportunizar aos candidatos com deficiência adequações funcionais necessárias ao desempenho de atividade, do contrário não faria qualquer sentido a reserva de vagas às pessoas portadoras de deficiência", finalizou.

*Com informações do TJMG

Fonte: em.com.br

Educação inclusiva Rede Municipal garante estudo bilíngue para pessoas com deficiência auditiva


Educação inclusiva
A Prefeitura de Guarujá é pioneira no avanço da qualidade de ensino mais uma vez. O Município instituiu um novo cargo dentro do organograma da Secretaria de Educação: instrutores de Libras para atuarem no atendimento educacional especializado para o ensino desta língua. Os instrutores começarão nas quatro escolas pólos da cidade no inicio do ano letivo. Para o início da implantação, três instrutores, dois surdos e um ouvinte, ministrarão o ensino de LIBRAS.

A rede municipal segue as recomendações do Ministério da Educação (MEC), e os instrutores atuarão no Programa de Educação Bilingue favorecendo o uso e a difusão da LIBRAS como língua de instrução além de ministrar aulas na educação infantil e no ensino fundamental.

Segundo a Coordenadora de Educação Especial, Ana Maria Lopes da Nova, o novo cargo veio para melhorar a educação dos deficientes auditivos. "Garantir esse direito é reconhecer a identidade da pessoa surda e favorecer o seu pleno desenvolvimento como cidadão".

Na rede municipal existem 75 alunos surdos ou com deficiência auditiva, da creche à educação de jovens e adultos, distribuídos nas escolas pólos Profª Dirce Valério Gracia (Av. Dom Pedro I, 340, Jardim Tejereba), Prof. Antonio Ferreira de Almeida Júnior (Rua Marivaldo Fernandes, s/n, Jardim Tejereba), Dr. Napoleão Rodrigues Laureano (Av. Oswaldo Aranha, 365, Jardim Maravilha) e Benedita Blac Gonzalez (Rua Rio Solimões, s/n, Jardim Boa Esperança).

Fonte: Prefeitura de Garuja/SP

Paciente recebe prótese biônica ‘inteligente’ no lugar de antebraço.


Paciente usa prótese biônica e segura legume para cortá-lo (Foto: Reprodução/Dorset Orthopaedic)
Paciente usa prótese biônica e segura legume para cortá-lo. (Foto: Reprodução/Dorset Orthopaedic)
Avaliado em R$ 150 mil, aparelho é acionado com movimentos do cotovelo. Sensores percebem movimento e acionam dedos da ‘Mão de Michelangelo’.
Um paciente de 58 anos recebeu uma prótese biônica “inteligente”, com eletrodos que captam movimentos dos músculos do cotovelo e acionam os dedos eletronicamente.
Chamada de “Mão de Michelangelo” pelos médicos, a prótese pioneira é avaliada em 47 mil libras (cerca de R$ 150 mil). Seu formato é similar ao de uma mão humana, com dedos e polegar, e ela permite segurar objetos pesados, amarrar cordas, subir escadas, entre outras atividades, afirma o jornal britânico “Daily Mail”.
engenheiro Chris Taylor, que recebeu o “antebraço biônico” da clínica particular Dorset Ortopédica como teste, perdeu parte do membro direito há quatro anos, em um acidente de moto aquática.
O objeto foi desenvolvido nos Estados Unidos e na Alemanha e usa um software para controlar a mão e fazê-la abrir, fechar, segurar objetos e outros movimentos, baseando-se na contração dos músculos do cotovelo captados pelos eletrodos.
“É uma sensação estranha mover [a prótese] e sentir que eu sou capaz de fazer coisas que eu não podia por muito tempo”, disse Taylor ao jornal britânico. “Obviamente não é tão boa quanto uma mão normal, mas é melhor que outras próteses que eu tive.”
A prótese usa uma bateria que dura 20 horas, e precisa ser recarregada por quatro horas ininterruptamente. Ela é formada com ligas de metal, plástico e outros materiais.
“O que diferencia esta prótese de outras é o fato de ela ser ‘inteligente’ e ter um polegar móvel. A mão tem um software que faz o mesmo que uma pessoa comum, como ao pensar ‘feche sua mão’ – ela fecha automaticamente. Há sensores que enviam as mensagens dos músculos do cotovelo para a mão”, afirmou ao “Daily Mail” o diretor da clínica, Bob Watts.
Fonte: G1 / Bem Estar

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Como escolher a escola para criança com deficiência intelectual.



Escolha certa
Escolher a escola é uma das decisões importantes que os pais têm de fazer sobre o futuro do filho. Quando a criança tem alguma deficiência intelectual, os adultos se deparam com a necessidade de definir ainda se a matrícula será em sala regular-em que ela conviverá com colegas da mesma faixa etária- ou em uma especial (em uma instituição específica ou em uma comum que ofereça turma separada), na qual ficará reunida somente com alunos que tenham algum tipo de deficiência.

Qual é a melhor opção? A opinião dos especialistas não é unânime. Depende, de acordo com Estevão Vadasz, coordenador de projetos de transtornos do desenvolvimento e coordenador-chefe do Ambulatório de Autismo, ambos do IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas) da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).

Vadasz diz que, para tomar a decisão, os pais, auxiliados por médicos e outros especialistas que trabalham com deficiências intelectuais, devem levar em conta o grau de atraso da criança, que é mensurado com testes neuropsicológicos e clínicos.

Se a deficiência for de grau muito leve, o especialista afirma que a pessoa pode frequentar a classe regular e, no período em que não estuda, ter assistência especializada para o reforço.

No caso de deficiência com grau profundo, é interessante que o aluno esteja em uma sala especial para a aprendizagem das disciplinas clássicas, como língua portuguesa e matemática, e se reúna com todos para aprender arte, esportes, música e outras atividades com caráter lúdico. "Se a família insistir para o filho com atraso profundo ficar na classe regular, estará se iludindo", de acordo com Vadasz.

O psiquiatra ainda afirma que o problema de o estudante com deficiência intelectual de grau profundo fazer parte de uma turma regular também tem a ver com os professores. Vários não estão preparados para a situação. É importante não esquecer que muitos autistas, por exemplo, precisam de atendimento individualizado.

Fonte: Midia News/ UOL

Sumô Luciana Watanabe é pré-selecionada para competir na Rússia e Colômbia.



Luciana Watanabe, em campeonato de Hong Kong
Foto: Arquivo Pessoal
Sumô
A lutadora de sumô Luciana Watanabe comemora mais um bom ano de competições na modalidade que pratica há quase 13 anos. A peso-leve de 27 anos, que disputa até 65 kg e integra a Seleção Brasileira de Sumô, disputou o campeonato mundial em Hong Kong no fim do ano passado e ficou em terceiro lugar. Com o resultado, a atleta está pré-selecionada para disputar dois importantes campeonatos em 2013.

O primeiro será o World Games, na Colômbia, considerado uma "Olimpíada" por ser disputado de quatro em quatro anos, e será realizado em julho. O segundo é o World Combat Games, que será no mês de outubro, na Rússia.

- Eu acho que tive um ano muito bom, foi legal e difícil disputar alguns campeonatos, como o mundial, mas consegui adquirir cada vez mais experiência. Ganhei o brasileiro, o sul-americano e considero um ano ótimo, vou treinar cada vez mais para superar minhas metas.

Além do Brasil, ela representa a região leste de São Paulo em torneios oficiais, pela equipe Nova Central. Luciana realiza seus treinos na capital paulista e em algumas ocasiões em Mogi das Cruzes.

- Espero poder ir aos campeonatos que serão disputados durante este ano. Também terá brasileiro e sul-americano, portanto quero trazer bons resultados e esse ano quero muito chegar na final do mundial e trazer o ouro para o Brasil. Vou manter os resultados do ano passado e, no que for preciso, melhorar cada vez mais.

Projeto Social
Luciana Watanabe mantém um projeto social na cidade em que vive, em Suzano, na região metropolitana de São Paulo, destinado a pessoas com deficiência intelectual. O projeto existe há quase quatro anos e prepara os atletas para competições. Seus alunos têm idade entre 15 e 45 anos, com aulas totalmente gratuitas.
- Ao dar as aulas, eu vejo coisas para a vida. Aprendo que vale a pena, mesmo que às vezes você tenha que ter um pouco mais de paciência. Ver que eles estão conseguindo evoluir, tendo resultados é muito gratificante. Já os vi ganhando de gente que não tem deficiência alguma - conta emocionada.

Os interessados em fazer parte do projeto social devem ter mais de 15 anos de idade e podem entrar em contato com a atleta na própria academia do projeto, que fica na Avenida Antonio Max Figueira, 2222, no centro de Suzano. As turmas estão de férias e as aulas devem voltar no mês de fevereiro.

Fonte: Globo Esporte/ Mogi das Cruzes

Doação AACD recebe equipamento em prol da pessoa com deficiência



Doação
A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) recebeu no dia 23/01, o Secretário Estadual de Energia, José Anibal, em agradecimento à aquisição de um Arco Cirúrgico 3D, destinado ao Hospital Abreu Sodré (HAS). O equipamento, que custa R$ 500 mil, foi adquirido pela Entidade graças a uma emenda parlamentar em 2011, quando o titular da pasta ainda tinha o cargo de Deputado Federal.

O Arco Cirúrgico 3D é imprescindível para cirurgias ortopédicas, neurocirurgias, traumatologia e também nas chamadas CAS (cirurgias assistidas por computador). Importante recurso para escaneamento intraoperatório, os arcos 3D mostram com exatidão a localização e encaixe de próteses e parafusos, permitindo que o cirurgião possa corrigir o posicionamento no momento do procedimento, dispensando a necessidade de aguardar tomografia no pós-operatório.

Sobre a AACD
A AACD - Associação de Assistência à Criança Deficiente, com 62 anos de atividades, é uma Instituição filantrópica e sem fins lucrativos, que tem como missão "Promover a prevenção, habilitação e reabilitação de pessoas com deficiência física, especialmente de crianças, adolescentes e jovens, favorecendo a integração social". Mantém 14 Unidades distribuídas pelo Brasil: AACD Ibirapuera (SP), AACD Mooca (SP), AACD Santana (SP), AACD Campo Grande (SP), AACD Lar Escola São Francisco (SP), AACD Osasco (SP), AACD São José do Rio Preto (SP), AACD Mogi das Cruzes (SP), AACD Recife (PE), AACD Uberlândia (MG), AACD Porto Alegre (RS), AACD Nova Iguaçu (RJ), AACD Joinville (SC) e AACD Poços de Caldas (MG). Este ano, com recursos do Teleton 2011, serão construídos mais dois centros de reabilitação: AACD Vitória (ES) e a AACD Campina Grande (PB).

Fonte: FSB Comunicações 

Pequenos Olhares Hospital Próvisão recebe aprovação para financiamento de projeto


Pequenos olhares
O Hospital Próvisão, através do seu Centro de Reabilitação, apresentou ao Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o projeto 'Pequenos olhares: Visão de um futuro saudável' e recebeu aprovação e autorização para implantação do projeto por meio de financiamento com recursos do FUMDICAD (Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente).

O 'Pequenos Olhares' tem como principal objetivo, realizar a avaliação oftalmológica de crianças de zero a 5 anos matriculadas nas creches municipais e atendidas nas UBS de São José dos Campos, utilizando uma unidade móvel equipada para esse tipo de atendimento.

Além dos atendimentos, está prevista a realização de campanhas em parceria com as Secretarias de Saúde e Educação para orientar os familiares das crianças sobre a importância da avaliação oftalmológica precoce, quanto aos sinais e sintomas de possíveis disfunções visuais e a prevenção da deficiência visual na infância.

Segundo a Organização Mundial de Saúde 75% dos casos de cegueira na infância são passíveis de prevenção. Em São José dos Campos, o programa 'Pincel Mágico' já realiza triagem oftalmológica de crianças a partir dos 6 anos, nas escolas, e o 'Pequenos Olhares' vai dar cobertura para a faixa etária abaixo disso.

Atuando na área de reabilitação visual há 10 anos, a Gerente Técnica do Centro de Reabilitação Próvisão, Carla Paes, afirma que a detecção precoce de alterações visuais são fundamentais para determinar o prognóstico das crianças, especialmente, porque grande parte do desenvolvimento do sistema visual ocorre, muito rapidamente, nos primeiros meses e anos de vida.

Ainda segundo Carla, a legislação brasileira vem ratificando a necessidade de ações de prevenção e detecção precoces. "No âmbito da saúde já se recomenda que todo bebê realize o 'teste do olhinho' antes da alta da maternidade, realize um exame oftalmológico completo a cada 6 meses, durante os dois primeiros anos de vida e, posteriormente, exames anuais", conclui.

Sobre o Centro de Reabilitação
Primeiro serviço criado pela entidade para atender à população, o Centro de Reabilitação Próvisão tem como objetivo inserir a pessoa com deficiência visual na sociedade por intermédio de serviços voltados à sua habilitação, reabilitação, capacitação e inserção profissional. Dentro dos programas oferecidos destacam-se a estimulação viso-motora, a orientação e mobilidade, atividades de vida diária, comunicação alternativa, aulas de braille, soroban e informática adaptada. Destacam-se também outros serviços especializados, assim como os voltados à capacitação e inclusão profissional, desenvolvidos pela Gráfica Pró-Braille e pela Oficina Pró-Recicla. Destaque ainda para o goalball (modalidade paralímpica específica para pessoas com deficiência visual). Atualmente 168 pessoas com deficiência visual além de suas famílias são atendidas no Centro de Reabilitação.

Fonte: Alameda Comunicação

Garçom vira herói ao se recusar a servir cliente que destratou criança com síndrome de Down


Daily Mail
Michael Garcia se revoltou com atitude preconceituosa em restaurante do Texas.
Uma criança de apenas 5 anos de idade foi vítima de preconceito em uma steakhouse na cidade de Houston, no Texas. Enquanto almoçava ao lado da família, Milo, que é portador de síndrome de Down, foi alvo de comentários agressivos por parte de um homem que estava sentado na mesa ao lado. O crime, porém, não passou batido: Michael Garcia, garçom do restaurante, questionou a ofensa e se recusou a servir aquele cliente, segundo noticiou o jornal britânico Daily Mail.
O homem, que também estava acompanhado da família, primeiramente pediu para mudar de mesa e sentar longe do menino. Em seguida, disse: “Crianças especiais deveriam ser especiais em outro lugar”.
Ao ouvir o comentário, Michael, abismado, foi até o cliente tirar satisfação. “Como é que você pode falar uma coisa dessas? Como pode falar isso de um lindo anjo de apenas 5 anos?”, disse. Sabendo que poderia perder seu emprego, o garçom pediu desculpas, mas falou que não iria servir aquela mesa.
Milo e seus parentes, até o momento, não haviam notado nada. Eles só ficaram sabendo do acontecido quando um colega de trabalho de Michael os contou. Os pais do menino agradeceram e disseram que já se consideram clientes fiéis da casa.
Fonte: Revista Crescer

A sexualidade e a Lesão Medular: o que queremos saber e temos receio de perguntar!.


Entrevista com:
Dra. Maria Ribeiro da Cunha
P.: Existem vários tipos de sexualidade, e a de um lesionado medular será necessariamente diferente. Isto é muitas vezes um factor de insegurança, tanto para o lesionado, como para a(o) sua(seu) companheira(o). Qual entende que seja a melhor abordagem à questão? Para a Dra. que realiza trabalho nesta área, existe algum profissional de saúde mais vocacionado para este tipo de questões?
Em 2002 a OMS definiu a sexualidade como sendo: “um aspecto central do ser humano ao longo da vida, englobando o sexo, identificação do género e seu papel, orientação sexual, erotismo, prazer, intimidade e reprodução”.
A lesão medular tem um impacto muito significativo na diminuição do desejo sexual por algumas das suas consequências físicas e psicológicas, como sendo: a dependência de 3ª pessoa, a inversão dos papéis nas relações pessoais, a dor, a espasticidade, a limitação da mobilidade, as deformidades físicas, o medo de descontrolo esfincteriano, a depressão, entre outras.
Assim, a questão da função sexual, entendida pelos lesionados medulares como uma das suas principais preocupações na fase subaguda e crónica da lesão, deverá ser abordada no contexto da sua reabilitação integral e abrangente, de uma forma natural e, como em todas as outras vertentes, recorrendo a uma equipa pluriprofissional.
Além da explicação daquilo que acontece em termos fisiopatológicos na lesão medular, com repercussão na função sexual, deverá ainda ser aconselhado tentar uma mudança na conceptualização da sexualidade, no sentido de uma menor “genitalização” do acto sexual, procurando outras formas e manifestações de relação com a(o) parceira(o), de prazer e de satisfação.
O modelo PLISSIT sugere o profissional com competências mais adequadas à abordagem desta área:
Imagem
Existem ainda programas de reabilitação psicossexual muito válidos. Têm geralmente a duração de seis-oito semanas, com sessões de grupo (misto) semanais, com duração de uma hora, sendo encorajada a participação dos doentes e respectivo(a)s companheiro(a)s.
Nestas sessões, são geralmente abordados diferentes temas como por exemplo: a resposta sexual humana e factores que podem afectar essa resposta, efeitos da lesão medular sobre a sexualidade, sexualidade e incontinência, e sexualidade, casamento e divórcio, procurando-se aqui incentivar a partilha de experiências e a interacção dos doentes.
P.: A lesão medular implica limitações físicas, em que se incluem a função sexual. Obviamente, a gravidade desta disfunção irá variar com o tipo de lesão. Pode traçar-nos um esquema das principais repercussões nesta vertente, distinguindo o que pode acontecer no caso do homem e no caso da mulher?
De uma forma genérica, e para lesões completas, podemos resumir as alterações mais frequentes segundo o quadro seguinte:
Imagem
Nas lesões incompletas, os achados são variáveis, dependendo do grau de preservação medular.
P.: Para as pessoas nesta condição que pensam em ter filhos, as dúvidas são muitas e frequentemente pouco esclarecidas. A nível físico, quais os condicionamentos de um lesionado medular para a maternidade ou paternidade?
Geralmente, lesionados medulares do género masculino apresentam subfertilidade devido a alterações ejaculatórias e patologia seminal. Muitos doentes são jovens e desejam a paternidade biológica. Nestes casos, deve ser avaliada a possibilidade de ejaculação por métodos naturais (possível em poucos casos), ou utilizando diferentes métodos de obtenção seminal (vibroestimulador, electroestimulador anal). Quando é necessário melhorar qualidade do sémen, pode ser implementado um protocolo para diminuir a estase do fluído prostático, através de ejaculações regulares (aproximadamente uma extracção por semana) com o auxílio de electroejaculadores ou vibradores penianos.
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Realiza-se também o seminograma com avaliação do volume seminal, pH, cor e viscosidade, vitalidade e concentração dos espermatozóides. Dependendo dos resultados, os doentes podem ser ensinados a realizar auto-inseminação em casa (com colheita de sémen por métodos naturais ou com um vibroestimulador pessoal e posterior introdução intra-uterina com seringa). Caso não se obtenha um resultado positivo, é tentada uma inseminação, utilizando técnicas de selecção espermática.
Nas situações em que nenhum dos métodos atrás referidos é eficaz, os doentes são encaminhados para uma instituição especializada para realização de punção-aspiração testicular com agulha fina e técnicas de fertilização por microinjeção espermática.
No  caso das mulheres, há que esclarecer que a fertilidade, após um período de amenorreia inicial pós-lesão (4, 6 ou 8 meses), não será geralmente afectada, pelo que precisam de usar um método contraceptivo (de preferência preservativo lubrificado) se não quiserem engravidar. Os anticoncepcionais orais estão desaconselhados pelo risco aumentado de trombose venosa profunda ou tromboembolismo pulmonar. Além disso, apesar de não ser obviamente desencorajado, devem referir-se os riscos em que as lesionadas medulares podem incorrer com uma gravidez, como por exemplo: maior probabilidade de úlceras de pressão, insuficiência venosa, tromboembolismo, infecções urinárias, aumento da espasticidade ou diminuição da função pulmonar.
P.: Para terminar, tem conhecimento de algum tipo de produto de apoio nesta área que possa ser útil? Existe algum grupo de apoio que se debruce sobre este tema?
A medicação oral é a primeira linha no tratamento da disfunção sexual masculina pós-lesão medular, seguida da medicação intracavernosa.
Muito raramente (em casos refractários à medicação ou se esta está contra-indicada), podem ser utilizados anéis constritores ou sistema de vácuo para obter uma erecção suficiente para a penetração. O último recurso será o tratamento cirúrgico, com colocação de prótese peniana ou de estimulador de raízes sagradas.
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Não tenho conhecimento que haja actualmente algum grupo de apoio especificamente neste área em Portugal, além das existentes consultas de Reabilitação Sexual em Serviços de Medicina Física e de Reabilitação (infelizmente ainda escassas) e algumas associações/grupos de lesionados medulares que divulgam informação de diversos temas. Poderá ser uma boa ideia para um projecto futuro!
Fonte: Fisioinforma

sábado, 26 de janeiro de 2013

BrainStorm acelera ensaio clínico com CT adultas em ELA para a Fase IIa


células-troncoNOVA YORK e Petach Ticvá, Israel-7 janeiro de 2013 – A Cia BrainStorm Therapeutics,  desenvolvedora  e líder de tecnologias de células-tronco adultas para doenças neurodegenerativas, anunciou hoje que o Ministério israelense da Saúde tem acelerado, pelo seu Fase atual I / II do ensaiosegurança em ELA  para um ensaio de Fase Iia em  dose-escalada, a fim de  acelerar o programa da empresa de desenvolvimento clínico e poupando tempo valioso. O estudo,  que irá avaliar a eficácia e a  segurança das  células-tronco NurOwn em  candidatos  a terapia celular, será lançado imediatamente no Centro Médico Hadassah, em Jerusalém.
Ministério da Saúde aprovou a aceleração de  um estudo  de Fase IIa com base na avaliação de apenas 12 do grupo inicial de 24 pacientes na companhia do ensaio de Fase I / II no Hadassah. No ensaio de Fase II, o segundo grupo de 12 pacientes receberão a administração combinada intramuscular e intratecal de células NurOwn em três grupos, com doses crescentes. Os participantes do estudo, que já foram recrutados, serão  seguidos por três a seis meses após o transplante.
“A aceleração de Fase IIa nos salvará em um momento crítico, o que nos permitirá  avançar muito maisrapidamente com a realização de nosso objetivo de desenvolver um tratamento eficaz para ELA,” comentou o Dr. Adrian Harel,  CEO da  BrainStorm.
O Professor Dimitrios Karussis (aquele que esteve no Brasil durante o 7ºCBCT), principal investigador no Hadassah e   da Fase I / II da pesquisa na BrainStorm, comentou: “Com base nos resultados positivos que vimos durante os primeiros 12 pacientes, estamos ansiosos para iniciar a próxima fase de testes clínicos, e estamos muito satisfeitos que a Ministério da Saúde nos deu a luz verde para avançar para a Fase II.
Fonte: Brainstorm Cell
Referência: Células-tronco Já

Pessoa com deficiência poderá ter isenção de pedágio.


Pedágio
A senadora Ana Amélia (PP-RS) apresentou no final do ano passado um projeto de lei que isenta do pedágio em rodovias os carros dirigidos por pessoas com deficiência. Ela argumenta que o objetivo de sua proposta (PLS 452/2012) é fortalecer a integração social dessa parcela da população.

Ana Amélia lembra que o direito à integração das pessoas com deficiência está previsto no artigo 203 da Constituição e vem se consolidando por meio de iniciativas como aLei 7.853/1989 e a Lei 10.098/2000.
A Lei 7.853 dispõe, entre outras medidas, sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas e disciplina a atuação do Ministério Público. Já a Lei 10.098, entre outras providências, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida.
É nesse contexto legal que se insere a iniciativa da senadora. Para permitir a isenção de pedágio para os motoristas com deficiência, seu projeto altera o artigo 2º da Lei 7.853.
O projeto será avaliado em duas comissões do Senado: primeiramente, na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), onde tramita desde dezembro, e posteriormente na Comissão de AssuntosEconômicos (CAE). Nesta última, a matéria será avaliada em decisão terminativa, ou seja, se aprovado, o texto não terá de passar pelo Plenário – a não ser em caso de recurso – e poderá ser enviado diretamente à Câmara dos Deputados.
Trabalho conjunto
A proposta de Ana Amélia se junta a outro projeto de lei, o PL 3.624/2012, apresentado pelo deputado federal Afonso Hamm em abril do ano passado, também do PP gaúcho.
O projeto do deputado visa isentar do pedágio em rodovias federais os veículos que transportem pessoas com deficiência, sejam eles condutores ou passageiros. A matéria tramita na Câmara em conjunto com o PL 4.251/2001, projeto de lei mais antigo que, originalmente, previa a isenção de pedágio para veículos cujos proprietários sejam portadores de deficiência.
Fonte: Agência Senado

Recomendação do Conade sobre pessoas com visão monocular!


A Recomendação nº 03 de 1º de dezembro de 2012 dispõe sobre as pessoas com visão monocular ou com perda auditiva unilateral e a não ampliação dos mesmos direitos assegurados àquelas que apresentam deficiência.
O Plenário do Conade – Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, em sua 83ª Reunião Ordinária, realizada nos dias 29,30 de novembro e 01 de dezembro de 2012.
CONSIDERANDO que, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas, a qual possui equivalência à emenda constitucional, preconiza em seu art. 1º que “Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva nasociedade em igualdades de condições com as demais pessoas”.
CONSIDERANDO que este enunciado mudou, de modo substantivo o entendimento que se dava à questão da deficiência, antes restrita ao indivíduo, de modo que era suficiente que este apresentasse um defeito, uma anomalia ou uma patologia, sendo que a Convenção das Nações Unidas rompeu com tal tipo de enquadramento, de modo que o conceito de pessoa com deficiência não se restringe à existência de uma limitação mas sim a restrição à participação da pessoa na sociedade, de forma clara e inequívoca.
CONSIDERANDO que no que tange à deficiência visual a legislação infraconstitucional adotada pelo Brasilrefere-se à cegueira e a baixa visão, não arrolando a visão monocular, conquanto disposto no art. 4º, III, do Decreto n. 3.298/99, com redação dada pelo Decreto 5296/2004, segundo o qual considera-se “deficiência visual – cegueira, quando a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; e a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores;
CONSIDERANDO que, ainda em relação à deficiência visual, inversamente do que ocorre com as pessoas cegas ou com baixa visão, as pessoas com visão monocular, não necessitam de tecnologias assistivas ou ajudas técnicas, tais como, programas leitores de tela, equipamentos de ampliação de imagem, monitores maiores e com caracteres ampliados, lupas manuais ou eletrônicas, não fazendo uso, portanto, de nenhum dos elementos de comunicação compreendidos no artigo 2o da Convenção Sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas, segundo o qual “Comunicação” que “abrange as línguas, a visualização de textos, o Braille, a comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispositivos de multimídia acessível, assim como a linguagem simples, escrita e oral, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizada e os modos, meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, inclusive a tecnologia da informação e comunicação acessíveis”
CONSIDERANDO que, no que se refere à surdez, a perda auditiva unilateral não se enquadra no conceito de deficiência auditiva definida como “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz”, conforme previsão do art. 5º, § 1º, inciso I, alínea “b”, do Decreto Federal nº 5.296, de 02 de dezembro de 2004;
CONSIDERANDO que, medidas e ações afirmativas devem ser conferidas às pessoas realmente necessitadas, sob pena de se gerar uma maior exclusão social;
CONSIDERANDO que, o reconhecimento aos que possuem visão monocular ou perda auditiva unilateral dos mesmos direitos assegurados às pessoas com deficiência, com a consequente extensão de ações afirmativas no campo de trabalho e emprego, surtirá efeito contrário, excluindo ainda mais aquelestrabalhadores com deficiência;
CONSIDERANDO que a NOTA TÉCNICA nº 12/2007 da extinta Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE/SEDH/PR posicionou-se contra a inclusão da pessoa com visão monocular e da pessoa com perda auditiva unilateral no conceito de pessoa com deficiência;
CONSIDERANDO que o Parecer nº 07/2012 do CONADE acompanha o entendimento da NOTA TÉCNICA nº 12/2007/ CORDE/SEDH/PR no que se refere à visão monocular;

RESOLVE RECOMENDAR a toda administração pública, direta e indireta, bem como a esfera privada, que não sejam ampliados às pessoas com visão monocular ou perda auditiva unilateral os mesmos direitos assegurados àquelas que apresentam deficiência, mormente a reserva de vagas em concursos públicos e a destinação de cotas na iniciativa privada.

Brasília, 1º de dezembro de 2012.

Moisés Bauer Luiz
Presidente do CONADE

Fonte: Rede Saci

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Médicos alertam contra soluções milagrosas em tratamentos com células-tronco.


célula-tronco
As clínicas se anunciam. Basta fazer uma inscrição e pagar. A China é um dos lugares mais procurados para esse tipo de serviço, que existe em todos os continentes.
Na semana passada, o Jornal Nacional apresentou uma série de reportagens especiais sobre pesquisas brasileiras com células-tronco. Nesta segunda-feira (21), a repórter Sandra Passarinho traz um alerta dos cientistas.
Como qualquer casal, eles sonham com o futuro do filho. “Qual é o sonho de todo pai e mãe que têm um filho especial? Que ele evolua, pelo mínimo que seja”, diz o comerciante Fernando Channoschi.
Muitas famílias que lutam para melhorar a qualidade de vida de seus filhos vivem de pesquisar  esperanças na internet . E buscam fora do Brasil tratamentos com células-tronco em clínicas que vendem a possibilidade de cura.
As clínicas se anunciam. Basta fazer uma inscrição e pagar. A China é um dos lugares mais procurados para esse tipo de serviço, que existe em todos os continentes.
“Nenhum relato do que é anunciado nesse site aparece em revistas científicas internacionais, o que torna praticamente impossível para a comunidade científica validar a qualidade e a segurança do que é oferecido lá”, alerta Stevens Rehen, do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias.
Nathan, de 11 anos, tem paralisia cerebral. Fernando e a dona de casa Erika Cristina de Souza fizeram campanha pela internet para arrecadar dinheiro, e recolheram R$ 40 mil para que o filho pudesse fazer um transplante de células-tronco em Dusseldorf, na Alemanha, no ano passado. Meses depois, a clínica foi fechada pelo governo alemão. Uma criança morreu lá depois de uma injeção de células-tronco no cérebro.
A mãe se sentiu enganada logo depois que Nathan recebeu a aplicação. “Tinha acabado de colocar, e a pessoa começou a falar: ‘nossa, agora ele está abrindo, está fechando a mão’. Ele falou, ‘salvei imediatamente. Você viu, aplicou, ele sarou na hora’. E acaba iludindo a gente ali”, lembra Erika.
Os pioneiros em pesquisas fazem outro alerta: não há testes com células-tronco em humanos para todas as doenças, e os que existem devem ser de graça.
“Se um experimento clínico está sendo cobrado, ele já tem uma validade relativa. Porque, teoricamente, não era para estar sendo cobrado. O indivíduo pode doar, mas não pagar por um procedimento que ainda não é realidade”, explica o pesquisador Ricardo Ribeiro dos Santos.
As pesquisas feitas no Brasil são reconhecidas pela comunidade científica internacional e acompanham o trabalho feito em outros países. Os principais testes clínicos com células-tronco no país são para doenças autoimunes, como a diabetes, cardiovasculares, lesões da medula espinhal, dos ossos e articulações. E mais: para doenças do sistema nervoso, hepáticas e pulmonares.
Os cientistas se preparam para começar pesquisas para problemas renais e oculares. Ainda não há teste em humanos para Mal de Parkinson, o que já existe nos Estados Unidos. No Brasil, também não há aplicação clínica de células-tronco embrionárias, de embriões descartados em clínicas de fertilização. Os cientistas dizem que esse procedimento ainda não é seguro.
“A gente sabe que célula-tronco está começando. O trem já saiu da estação, mas não é para todas as doenças”, aponta o pesquisador.
De 2004 até hoje, o Ministério da Saúde investiu R$ 110 milhões em pesquisas com células-tronco.
“Acho que se a gente colocar uma meta ambiciosa de chegar em cinco anos a 2% do PIB, já vai ser uma transformação profunda. E chegar no padrão de países desenvolvidos, de 3% do PIB, acho que a gente já faz uma grande diferença”, avalia Carlos Gadelha, secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde.
A família do garoto Nathan acredita que não basta esperar que a ciência resolva seus problemas. Fernando e Erika inventaram aparelhos que estimulam os movimentos e, ao mesmo tempo, divertem o garoto.
“Ele vai estar estimulando o pescoço, ele vai ficar em pé, vai estar estimulando as pernas, caminhar, os braços, se mexer”, lista o pai.
O que restou da experiência de buscar uma cura que ainda não existe?
“A gente não perdeu a esperança nas células-tronco. A gente perdeu a esperança em pessoas que tentam iludir a gente com sonhos que a gente tem”, completa o pai.
Fonte: Jornal Nacional

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Calçadas cariocas são melhores que as de SP para cadeirantes


Cadeirante atravessa calçada irregular em São Paulo (foto de arquivo) / Foto: Carolina Garcia, iG São Paulo
Cadeirante atravessa calçada irregular em São Paulo (foto de arquivo) / Foto: Carolina Garcia, iG São Paulo
Das dez vias avaliadas no Rio, metade é boa ou muito boa. Já nas ruas e avenidas paulistanas, só as da Paulista seguem padrões ideais de segurança e conforto.
Não são só as ondas de Burle Marx em Copacabana que fazem as calçadas do Rio melhores que as de São Paulo. Pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) revela que os passeios cariocas têm mais condições de receber cadeirantes. Das dez vias avaliadas na cidade, metade é boa ou muito boa. Já nas ruas e avenidas paulistanas, só as da Paulista seguem padrões ideais de segurança e conforto.
A Avenida Jabaquara, na zona sul, foi a via que recebeu a pior avaliação. Ali, só um dos sete critérios usados – acessibilidade dos cruzamentos – foi considerado bom. Os demais – presença de obstáculos permanentes, móveis, transversais ou temporários e indícios de buracos e desníveis – estavam ruins. Também visitada, a calçada da Avenida Brigadeiro Faria Lima, na zona oeste, foi considerada aceitável, mas só na parte que passou por reforma – o trecho a partir da Avenida Cidade Jardim não foi contemplado. No Rio, a Rua Voluntários da Pátria, em Botafogo, foi a mais bem avaliada.
No caminho das cadeiras de rodas paulistanas, não faltam obstáculos, buracos e desníveis. Na Rua Tuiuti, no Tatuapé, na zona leste, o problema são as árvores atrapalhando a passagem. Na Rua Santa Efigênia, no centro, o que dificulta a circulação são os rebaixamentos inadequados para acessar as faixas de pedestres. Ali, foram contados dez cruzamentos irregulares. Além disso, em praticamente todas as vias o esforço para vencer rachaduras e pedras soltas, comuns no mosaico português malconservado, foi considerado elevado.
Fonte: IG

Pessoa com deficiência tem benefícios na CNH, mas paga mais no Brasil.


Pessoa com deficiência
Maioria dos brasileiros conhece a habilitação especial para pessoas com deficiência. No entanto, poucas pessoas sabem se podem ou não ter em mãos este tipo de CNH. Com benefícios atraentes, como liberação de rodízio e isenção de impostos como IPI, IOF e ICMS, muitas pessoas buscam as aulas em autoescolas especializadas neste segmento de condutores.
Luciane Habib, gerente da Javarotti, declara que muitas pessoas que vão à autoescola, na Grande São Paulo, comentam que nem imaginavam ter o direito de possuir CNH especial. “Vários poderiam se beneficiar, mas desconhecem o que a lei aprova”, diz. Um problema para os responsáveis dos locais de ensino é a especialização dos instrutores. “Não há um curso específico. Por isso, nunca consegui contratar instrutores capacitados. Além disso, cada autoescola tem seu modo de trabalho. Dessa forma, preferimos capacitá-los nós mesmos”, conta a gerente.
Já em relação ao condutor, uma das complicações é a localização de autoescolas especializadas próximas ao local de moradia do candidato. Guilherme Silva, que está no processo de avaliação da primeira habilitação, sugere que as autoescolas tentem desenvolver este sistema de aulas para pessoas com deficiência e que sejam mais acessíveis. “A quantidade de aulas depende da necessidade. Você passa por orientação para fazer a prova. Mas bem que a aula podia ser mais perto de casa. Até tem algumas por aqui, mas nenhuma faz carta especial”, responde o estudante.
A Carteira de Habilitação vem com algumas restrições no local das observações na parte traseira do documento. Sendo assim, o condutor, mesmo com restrição mínima, não pode voltar a guiar normalmente. Estas observações vêm mostradas apenas com letras, desde 2008, pois somente os órgãos responsáveis terão conhecimento da especialidade de cada caso, tendo diferenças entre quem precisa de acelerador e freio manuais e quem dirige um modelo com câmbio automático, por exemplo.
Quando a pessoa com deficiência compra o veículo, os benefícios vêm com algumas restrições de período. Caso tenha pedido somente a isenção do IPI, ele não poderá vender o veículo até dois anos depois da compra. Porém, se tiver conseguido a liberação de outra taxa, fica impedido de vender o automóvel durante três anos após a compra.
Para o grupo de pessoas que querem ter habilitação especial, as especificações que as qualificam como condutoras são: paraplegia (paralisia de ambos os membros inferiores e, geralmente, da região dorsal inferior), paraparesia (paralisia incompleta de nervo ou músculo dos membros inferiores que não perderam inteiramente a sensibilidade e o movimento), monoplegia (paralisia de um só membro ou grupo muscular), monoparesia (paralisia incompleta de nervo ou músculo de um só membro que não perdeu inteiramente a sensibilidade e o movimento), triplegia (paralisia de três membros), tetraparesia (paralisia parcial dos quatro membros, pois há  um pouco de força em alguns deles), triparesia (paralisia incompleta de nervo ou músculo de três membros que não perderam inteiramente a sensibilidade e o movimento), hemiplegia (paralisia de uma parte do corpo; exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho da função),hemiparesia (paralisia incompleta de nervo ou músculo de um dos lados do corpo que não perdeu inteiramente a sensibilidade e o movimento), amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita adquirida e câncer de mama (nos casos comprovados por médicos que a pessoa perdeu a força nos membros). Além dessas especificações, algumas doenças também fazem parte do quadro da carta especial, como: artrite reumatoide, artrose, AVE (acidente vascular encefálico), esclerose múltipla, mastectomia (retirada da mama), quadrantectomia (parte da mama), paraplegia, tetraparesia, amputações, nanismo (baixaestatura), próteses internas e externas, talidomida, paralisia, poliomielite, doenças degenerativas, doenças neurológicas, manguito rotatos, artrodese, renal crônica (fístula), Parkinson, linfomas, neuropatias diabéticas, escolioseacentuada e encurtamento de membros de má-formação.
Pessoas que não podem conduzir, mas que também recebem os benefícios da carta especial, sendo enquadradas como não condutoras, são as que possuem deficiência visual, deficiência mental severa e profunda, física tetraplegia ou autismo. A pessoa não condutora deve passar por perícia de um médico credenciado no SUS (Sistema Único de Saúde), sendo importante levar o formulário da Receita Federal. Para o grupo dos não condutores não é preciso que o deficiente tenha habilitação para dirigir, já que o motorista será uma outra pessoa indicada por ele.
Quando o não condutor tem até 16 anos, os representantes legais podem recorrer ao benefício da isenção do IPI por ele. Porém, se o deficiente tiver mais de 16 anos, os responsáveis terão que ir à Justiça para pedir por esse direito. O automóvel com desconto sai no nome do deficiente. No entanto, os representantes legais dirigem ou podem indicar até três condutores para conduzir o veículo.
Sem muita dor de cabeça e com um laudo anterior diferenciado, a CNH Especial para Deficientes não demora a sair e não custa mais que a habilitação comum. Pelo menos o custo oficial não é o mesmo. Porém, em sites que discutem e debatem a vida e a acessibilidade para pessoas com deficiência, há muitas reclamações sobre o custo extra em algumas cidades do interior e em Estados como Mato Grosso do Sul, onde as autoescolas dizem haver um gasto extra com as adaptações dos automóveis para as aulas com candidatos especiais. Sendo assim, o valor pago pelo cliente “seria” justo.
O Detran de São Paulo informa que não existe na legislação federal nenhuma norma que obrigue o CFC (Centro de Formação do Condutor) a dispor de atendimento para pessoas com deficiência física e que cada empresa pode atuar de modo livre, pois são estabelecimentos comerciais.
Fonte: Rafael Rojas, R7 / Foto: Getty Images

Pais enfrentam luta pela inclusão de filhos com Down na escola


Lucca, 14 anos, estuda em uma escola regular da rede privada. Foto: Arquivo Pessoal
Lucca, 14 anos, estuda em uma escola regular da rede privada. Foto: Arquivo Pessoal
Simone Rodrigues Trigo, 45 anos, começou 2011 com uma missão: encontrar uma escola inclusiva para o filho, Lucca, que tem Síndrome de Down. Na época, ele cursava o 5º ano do ensino fundamental na Amora Centro Educacional, no Rio de Janeiro (RJ) – a última série oferecida pela instituição. Após percorrer mais de dez escolas nos bairros do Catete, Botafogo, Flamengo e da Glória, ela matriculou o filho no Centro Educacional Boechat. Não foi por falta de vagas que se deu a demora. Simone insistiu na busca porque as escolas que analisava ainda têm dificuldades para receber estudantes com necessidades especiais.
A situação de Simone não é recente. Desde que Lucca completou dois anos, ela passou a correr atrás de meios para que o filho pudesse estudar. Nesses 12 anos, nunca conseguiu matriculá-lo na rede pública: seja porque a escola não aceitava, seja porque não havia estrutura adequada e pessoal capacitado para atendê-lo da melhor forma. Da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), ela espera uma resposta sobre vaga há oito anos. “Eu não tenho coragem de colocar meu filho numa escola estadual, com 40 alunos para um professor. Ele não vai aprender”, frisa. Como sempre recorreu a profissionais da rede particular, a economista que saiu do mercado de trabalho quando teve a segunda filha, Maria Eduarda (hoje com oito anos), sente a necessidade financeira de retornar as suas atividades. Mas a rotina de estudos e os compromissos com os dois filhos – incluindo visitas a museus e ao Planetário, uma forma de reforçar o que é aprendido em sala de aula – são uma barreira importante.
Após um ano de experiência na nova escola, Simone destaca os esforços dos professores em não só ensinar Lucca, hoje com 14 anos, mas também aprender com ele. Lá, ele frequenta uma turma reduzida, com mais oito crianças, e tem acesso a provas diferenciadas. Com a cognição mais apurada, ele se entende melhor com fotos do que com temas pré-estabelecidos para escrever uma redação. Na matemática, evita-se contas com números muito grandes. Para fatos históricos, tudo bem perguntar quem foi o presidente assassinado durante uma peça no Teatro Ford, mas não vale o mesmo para datas. “Eu peço para não cobrar isso. É complicado. Dá para ver pelas nossas próprias dificuldades”, diz Simone. Além disso, as provas costumam ser de múltipla escolha, para que o estudante possa visualizar o que ele aprendeu e marcar a resposta correta. Essa realidade, no entanto, não se aplica a todas as instituições.
Em todo o Brasil, o número de matrículas de alunos especiais em classes regulares da educação básica em 2011 foi de 558.423 – equivalente a 74% das matrículas de alunos com esse perfil em instituições de ensino (o restante está em classes ou escolas exclusivamente especiais). O número fornecido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Anísio Teixeira (Inep) é muito próximo à população de Cuiabá, capital do Mato Grosso, mas quase nada comparado às mais de 50 milhões de matrículas da educação básica no País. Em 2003, esse índice era ainda menor: 145.141 matrículas.
Apesar do crescimento de 285%, o sistema educacional brasileiro ainda tem muito a trilhar em relação à educação especial. Especialistas reconhecem algumas iniciativas do Ministério da Educação (MEC), como a oferta do Atendimento Educacional Especializado e a implantação de salas com recursos multifuncionais (37,8 mil entre 2005 e 2011, de acordo com o MEC), mas ressaltam a necessidade de aumentar os investimentos para tornar as escolas de fato inclusivas. O principal problema, segundo a professora Enicéia Gonçalves Mendes, do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está na formação dos professores. “Os cursos de graduação não mudaram. Poucos contêm a temática de ensino especial. Falta uma política de formação para esses profissionais”, afirma.
Lei que prevê condições no ensino regular não é cumprida
O Decreto nº. 7.611/11 prevê condições e estímulo ao acesso de crianças com necessidades especiais ao ensino regular. Ele substituiu o Decreto nº. 6.571/08 (que previa a escolarização dessas crianças apenas na rede convencional) e incluiu a possibilidade de dupla matrícula, para que os alunos possam frequentar também o atendimento especializado. Além da flexibilização, a nova política freou a ideia de transformar as escolas especiais em centros de apoio. Na prática, porém, a lei não é sinônimo de direitos e nem por isso transformou as escolas atuais em inclusivas. “A escola comum ainda não deseja essas crianças lá”, sustenta Enicéia, que também coordena o Observatório Nacional de Educação Especial.
Para Enicéia, a política atual de inclusão é muito simplista. Ainda que haja a oferta de serviço de apoio no contraturno, o aluno fica exposto, na maior parte do tempo, a um ensino  que não é personalizado e de baixa qualidade. É uma gangorra em que não há equilíbrio, já que duas horas (ou menos) não são suficientes para recuperar o que a outra instituição deixou de oferecer. Na visão de Simone, mãe de Lucca, falta ação do governo e informação para a sociedade. Com isso, o desconhecimento se torna um dos grandes combustíveis para o preconceito. Mas, ainda mais importante do que isso, ela destaca que aceitar o aluno não é suficiente: é preciso estar preparado para atender suas necessidades e possibilitar o aprendizado. “Escola inclusiva é difícil demais de achar. Isso é uma falha. Não tem suporte”, protesta Simone.
Escolas especiais também sofrem com falta de pessoal capacitado
Restituída como uma alternativa pelo decreto de 2011, a escola especial é encarada pela professora doutora em Educação Cláudia Rodrigues de Freitas, integrante do Núcleo de Estudos em Políticas de Inclusão Escolar (Nipie) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como um apoio transitório para as políticas de inclusão. “Eu acredito na escola única. Mas, nesse momento, o governo entende que esse processo de transição é necessário”, considera. Ainda assim, as instituições voltadas exclusivamente para alunos especiais não são mais a principal via de educação para essas pessoas. “Ainda é uma opção para uma minoria de alunos que não consegue acompanhar o ensino regular. São crianças que precisam de uma série de recursos”, explica Enicéia. Essas escolas, contudo, acabam sofrendo com os mesmos problemas das demais, como falta de recursos e de pessoal capacitado.
Ainda que veja a possibilidade de mantê-las como uma opção, a professora da UFSCar acredita que o melhor é investir na inclusão. “Entre 80% e 90% podem e devem estar na escola comum”, frisa. A ideia é compartilhada por Simone, que busca escolas inclusivas na ideia de, no futuro, ver Lucca no mercado de trabalho. “Eu não sei até onde ele vai, se ele vai fazer uma faculdade… Mas eu sei o que ele está conseguindo. Ele tem que aprender a conviver com essas pessoas”, diz a mãe. Além disso, ela observa que o aprendizado também serve para as outras crianças, que lidam com o diferente e trabalham diariamente a cidadania.
No Centro Educacional Boechat, Lucca já conquistou algumas adaptações do ensino a seu favor. Apesar de seus tropeços ao conjugar verbos no “tu” e no “vós”, Simone se mostra satisfeita com os resultados que o filho vem obtendo e, principalmente, com a dedicação da escola. Mas, mesmo que as turmas pequenas e as provas diferenciadas sirvam de exemplo, a conduta não pode nem deve ser tomada como um modelo absoluto para outras instituições. “Não se imagina que todos vão ter o mesmo padrão final. O aluno tem que ser a referência dele mesmo”, destaca a professora Cláudia. O nível de cobrança deve ser o mesmo para todos, mas a escola deve estar preparada para avaliar a situação do estudante individualmente e verificar se ele tem condições ou não de passar de ano.
Rede municipal absorveu mais alunos especiais
Na visão da professora da UFRGS, a educação brasileira vem trilhando, a passos miúdos, um grande percurso. Ela aponta o aumento do número de matrículas na rede regular como um ponto positivo. “Se os alunos estão lá, é porque uma mudança está acontecendo”, entende. Saltam na frente as escolas municipais. Sozinhas, elas acumularam 346.299 matrículas em 2009 – 62% do total nas escolas regulares. Isso acontece porque, na visão de Cláudia, as ações são mais efetivas do que nas redes estaduais de ensino. Além disso, as prefeituras têm mais facilidade para trabalhar com recursos financeiros e humanos, sem falar na própria diferença na remuneração dos professores.
Até que se chegue a uma educação totalmente inclusiva, Cláudia reconhece que o sistema ainda prescinde de muitos investimentos na área. Com sua visão de mãe, Simone mantém o mesmo posicionamento. “O número de crianças ditas normais é maior, mas os especiais também são obrigação do governo”, enfatiza. Enquanto isso, Lucca ainda tem três anos no ensino fundamental. Quando o filho estiver assistindo à primeira aula do 9º ano, Simone já saberá que rotina seguir. “Ensino médio? Não me pergunte… vou ter que ir à caça”.
Fonte: Terra