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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Falta de transporte é maior obstáculo para pessoa com deficiência ir à escola.



Dados do IBGE apontam que 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência
Foto: TVBrasil/Flickr
Acessibilidade
A falta de transporte gratuito acessível é um dos principais motivos pelos quais pessoas com deficiência não frequentam a escola. O dado faz parte de um levantamento dos ministérios da Educação (MEC), do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, da Saúde e dos Direitos Humanos e dos municípios brasileiros, que atuam conjuntamente para localizá-las nas regiões mais remotas e vulneráveis do país e encaminhá-las à escola.

Segundo o MEC, em 2003 apenas 13% de crianças, adolescentes e jovens, com deficiência, estavam matriculadas no ensino fundamental regular em todo o país. Em 2012, esse percentual chegou a 75%. Entre a faixa etária de 4 a 17 anos, que está obrigada a frequentar a escola pela Constituição Federal, o índice é de 82%.

"Todos eles têm de estar na escola. Por isso, em 2012 foram adquiridos 1.700 veículos acessíveis e até 2014 serão comprados 2.600. Serão privilegiados os municípios com maior índice de pessoas com deficiência em idade escolar", disse a diretora de Políticas de Educação Especial do MEC, Martinha Clarete Dutra dos Santos.

Desde 2007, o ministério cruza dados da Previdência Social - onde estão cadastrados os beneficiários do chamado Benefício de Prestação Continuada (BPC) - com os do Censo Escolar para identificar aqueles que estão fora da escola. Insituído pela Constituição, assegura a transferência mensal de um salário mínimo a pessoas com 65 anos ou mais e pessoas com deficiência de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de qualquer idade. As informações são repassadas aos municípios, que por meio de diversas estratégias de serviço social e de saúde vão à casa dessas pessoas para saber as razões de não estarem estudando.

"Nosso objetivo é fazer com que essas populações até então sem oportunidade encontrem na escola a porta de entrada para uma vida melhor, com acesso à educação, saúde e outros direitos básicos. O apoio da família e da sociedade como um todo é muito importante para apoiar esse processo", disse Martinha.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 45,6 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência, o que corresponde a 23,91% da população brasileira. A inclusão dessa população na escola regular está inserida num projeto nacional de educação para todos definido por políticas públicas. Em novembro de 2011, o governo federal lançou o Viver sem Limite - Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que reúne ações estratégicas em educação, saúde, cidadania e acessibilidade para promover a inclusão social e autonomia dessa população. Entre essas ações está o repasse anual de R$ 100 milhões para financiar obras de acessibilidade em escolas ainda sem adaptação.

Segundo o MEC, em 2003 havia no Brasil 8 mil escolas públicas e privadas arquitetonicamente acessíveis, o que então correspondia a 5% das escolas. Em 2011, eram 34.600 escolas. O desafio, segundo Martinha Clarete, é adaptar os prédios escolares antigos e não permitir que nenhum novo seja entregue sem atender às normas técnicas de acessibilidade.

Fonte: Rede Brasil Atual

Direitos humanos Legislação sobre direitos da pessoa com deficiência será ajustada




Foto: gência Senado
Direitos humanos
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa deve votar, em breve, a adequação de quatro leis federais aos termos da Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. A proposta acabou de ser apresentada pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) e surgiu durante audiência pública conjunta da CDH e da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) presidida por ele no ano passado.

"Na ocasião, restou claro que a alteração da terminologia nas leis que garantem os direitos das pessoas com deficiência eram demandas reais e não mero preciosismo terminológico. A vida dessas pessoas, de fato, é afetada pelo modo com que as leis são redigidas", afirmou Rollemberg ao justificar a elaboração de projeto de lei (PLS 25/2013) com esse objetivo.

As leis alvo de ajuste são a 8.989/1995, que regula a isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) na compra de veículos por pessoas com deficiência; a 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro - CTB); a 10.048/2000, que confere atendimento preferencial a certos segmentos da sociedade; e a 10.098/2000, que estabelece normas gerais para a promoção da acessibilidade a pessoas com deficiência.

O PLS 25/2013 trata de substituir a expressão "pessoa portadora de deficiência" por "pessoa com deficiência" nesta legislação social, uniformizando com a terminologia adotada pela convenção internacional. Segundo explicou Rollemberg, a importância da mudança é tornar mais sólida a ligação entre este conjunto de leis e a ordem jurídica internacional, trazendo mais segurança aos detentores destes direitos.

A matéria deverá ser votada em decisão terminativa pela CDH, só indo ao Plenário, portanto, se houver requerimento neste sentido de um décimo dos senadores.

Fonte: Jornal do Povo de Três Lagoas/ Agência Senado

Convocados Quatro paraibanos são chamados para seleção brasileira de futebol de 5



Paraibano Fábio Luíz, técnico da seleção, convocou quatro atletas da Paraíba
Foto: Cahe Mota / Globoesporte.com
Convocados
Quatro paraibanos participam da lista de 15 atletas convocados para a seleção brasileira de futebol de cinco. Daniel Dantas, Marcos José, Severino Gabriel e Damião Robson, da Apace, vão fazer parte da equipe que vai participar da primeira fase de treinamentos na Associação Niteroiense dos Deficientes físicos (Andef), na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, entre os dias 24 de fevereiro e 3 de março.

Esta não é a primeira vez que atletas da Paraíba são convocados para a seleção de futebol de cinco. Dos que foram chamados desta vez, apenas Damião Robson não fez parte do time que se sagrou campeão dos Jogos Paralímpicos de Londres no ano passado.

Além dos jogadores convocados, o técnico da equipe, Fábio Luiz, também é paraibano. Ele também esteve na seleção que conquistou a medalha de ouro na Inglaterra, mas na posição de goleiro. O atleta foi confirmado como novo treinador do time em novembro do ano passado.

Confira a lista de convocados para a seleção de futebol de cinco:

Goleiros
Daniel Dantas da Silva - APACE (PB)
Vinícius Tranchezzi Holzlsauer - APADV (SP)
Tonislan De Lira Pereira - CEIBC (RJ)

Atletas de linha
Marcos José Alves Felipe - APACE (PB)
Severino Gabriel Da Silva - APACE (PB)
Damião Robson De Souza Ramos - APACE (PB)
Cássio Lopes Dos Reis - ICB (BA)
Jeferson Da Conceição Gonçalves - ICB (BA)
Gledson Da Paixão Barros - ICB (BA)
Raimundo Nonato Alves Mendes - ADVP (PE)
Emerson De Carvalho - APADV (SP)
Ricardo Steinmetz Alves - AGAFUC (RS)
Marcos Rogério Pinheiro Barros - CEDEMAC (MA)
Eduardo Júnior De Oliveira - CEIBC (RJ)
Juliano Lopes Da Costa - ADEVIBEL (MG)

Fonte: Globo Esporte

Para todos Segurança na Internet com Língua Gestual Portuguesa e Legendas


Para todos
É importante que as mensagens sobre Segurança na Internet cheguem a todos, incluindo públicos com necessidades especiais.

No caso dos cinco vídeos que agora foram selecionados, e apesar da imagem valer mais do que mil palavras, é um facto que 99% da sua mensagem está no texto lido pelo narrador. No caso das pessoas surdas isso significa perder 99% da mensagem transmitida.

Assim, a disponibilização dos vídeos com Língua Gestual Portuguesa (LGP) e também com legendagem em português serve as pessoas surdas mas também imigrantes que têm mais facilidade em acompanhar a mensagem escrita.

Os vídeos adaptados foram apresentados, no passado dia 11 de fevereiro, no âmbito das comemorações do Dia da Internet Segura, numa ação de formação dirigida a Seniores Surdos que a Fundação PT está a levar a cabo.

As adaptações feitas foram realizadas pelo Departamento da Sociedade de Informação da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. e pela Fundação PT.

Links dos vídeos com LGP:
Navegue com segurança em Sua Casa
Como navegar em segurança na Internet no seu local de trabalho
Navegação segura na Internet para toda a família
Como se manter seguro quando navega na Internet
Como ter o computador protegido para uma navegação segura na Internet


Fonte: Rede solidária

Desrespeito aos deficientes


Apesar de a legislação prever a isenção de impostos a portadores de problemas físicos, visuais, mentais e a autistas, brasilienses têm dificuldade para obter o benefício. Convênio que garante o direito ao abatimento do ICMS precisa de aprovação da Câmara Legislativa.
Está na lei. Ao comprar um carro zero, os portadores de deficiência física, visual, mental ou autistas têm isenção de três impostos: IPI, ICMS e IPVA. O desconto no valor do veículo pode chegar a 24%. Um automóvel de R$ 70 mil, sai por cerca de R$ 54 mil, sem contar a economia com a dispensa do pagamento do imposto anual pago por todos os proprietários de veículos. Difícil é fazer valer os direitos no Distrito Federal. Conquistar o benefício exige uma romaria aos órgãos dos governos federal e do DF e muita paciência na espera de até 180 dias para os servidores aprovarem o processo.
Este ano, a espera pode ser ainda maior. Para ter validade, o Convênio ICMS Confaz 38 precisa ser homologado pela Câmara Legislativa. Mas o Executivo ainda não encaminhou a mensagem aos deputados solicitando a aprovação do benefício. Apesar de o convênio não estar vigorando, o GDF destinou R$ 854.171,00 na Lei Orçamentária Anual deste ano para isentar o imposto. O valor é semelhante ao gasto de 2011, quando R$ 772 mil foram alocados para esse fim. No ano passado, dos R$ 1.972.196,00 reservados para a execução do convênio, somente R$ 770 mil acabaram efetivamente usados ou por falta de demanda ou porque os solicitantes não conseguiram a aprovação.
A Secretaria de Fazenda do DF não informou quantas pessoas foram beneficiadas e nem o número de processos parados à espera da homologação. O escritor João Carlos Ronca Júnior está entre oscontribuintes prejudicados pelo atraso do governo em regularizar a situação. “Eu me sinto com a  cidadania roubada. Além de absurdo, um acinte, é uma total irresponsabilidade para com o deficiente”, desabafa, criticando também o despreparo de muitos funcionários em atender esse público.
João Carlos conta que a saga para ser contemplado com os descontos começa na Receita Federal, onde a pessoa dá entrada no processo para isenção do IPI. Uma vez liberado, o interessado segue para uma unidade da Secretaria de Fazenda do DF e solicita a liberação do pagamento do ICMS do veículo. Só então, pode finalmente comprar o carro, para, depois, entrar com outro processo pedindo a isenção do IPVA. Em cada um deles, a lista de exigências é grande, assim como a quantidade de documentos pedidos.
O escritor iniciou o processo em novembro passado, na agência da Receita Federal e ainda não obteve resposta da isenção do IPI. Apesar da indignação pela demora, o que realmente o atormenta é saber que pode ficar sem o abatimento do ICMS. “Eu vou fazer o que for preciso para ter o meu direito garantido”, afirma.
O despachante José Geraldo Carvalho explica que conseguir as vantagens previstas em lei é complicado. Para cada um dos benefícios — IPI, ICMS e IPVA — a pessoa precisa reunir documentos e obter aprovação em cada um dos órgãos. “Ano passado, por conta de mudança no sistema e da falta de funcionários, a análise da dispensa do IPI na Receita Federal demorava até 90 dias. Já o ICMS, varia de acordo com a agência de atendimento da Secretaria de Fazenda. Em algumas delas, leva uma semana. Em outras, chega a 90 dias”, detalha.
Desistência
Presidente fundadora da Associação dos Portadores de Deficientes do Distrito Federal, Nilza Gomes acabou vencida pela burocracia. Em março passado, ela deu entrada no processo na Receita Federal. A concessão saiu 60 dias depois. Fez o mesmo procedimento na Fazenda do DF e, em setembro, teve o pedido negado. “Queriam saber se tínhamos condições de pagar o carro e exigiram a apresentação de contracheque. Achei um absurdo, mas levamos. No início de outubro, disseram que estava aprovado, mas não havia recurso disponível. O dinheiro tinha acabado em julho e nós deveríamos aguardar até o próximo ano. Aí, eu desisti”, relata.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria de Fazenda informou que enquanto a Câmara Legislativa não homologar o convênio, a análise dos processo continuará suspensa, mas as agências estão recebendo os pedidos normalmente. Quanto à queixa em relação à burocracia para obter os benefícios, a assessoria esclareceu que o convênio traz todos os formulários e documentação necessária sem os quais não há como o governo autorizar a isenção do imposto.
No que diz respeito à crítica sobre a falta de preparo dos servidores incumbidos de fazer o atendimento ao usuário, foi dito que, ao longo deste ano, os trabalhadores serão treinados e, as novas agências ou as que estão passando por reforma terão suas estruturas físicas adequadas para receber os deficientes. A Assessoria Parlamentar do Executivo informou ter recebido o pedido de homologação do convênio pela Secretaria de Fazenda na última terça-feira. A meta é protocolar o documento na Câmara Legislativa ainda esta semana e que será feito um esforço para garantir a aprovação o mais rapidamente possível.
Reunião
Em março do ano passado, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) se reuniu e elaborou o Convênio ICMS Confaz 38, isentando as pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, do pagamento do ICMS ao adquirir o veículo novo.
Fonte: Adriana Bernardes, Correio Braziliense

Idiota: ser ou não ser!


Como me tornei um idiotaPor Carlos Ferraz Batista
Somos seres precários e constituídos pelo conflito. Na tessitura da vida, temos que nos haver com os elementos internos e externos. Esses últimos são discursos advindos da cultura, provenientes da mídia e até mesmo do Estado. Contexto caracterizado por oneroso preço, imposto pela cultura ao sujeito.
Ideias e valores são constituídos e acomodados pelos sujeitos, que tem que traduzir e integrar, um discurso muitas vezes de cunho idiotizante.
Em um mundo globalizado e padronizado, as idéias e valores possuem excessiva influência dos discursos sociais, impondo modos de agir e de ser.
Aproveito para externar o mal estar gerado pelos imperativos culturais. Em outros termos, vivemos norteados por um modelo imposto pela cultura. Algumas mulheres sofrem sobremaneira com a ditadura da beleza, abdicando de seus potenciais, os quais são impedidos de irem para a cultura. A mulher contemporânea apresenta dupla face, sendo a primeira, mulher competente e independente. Em contrapartida, no reverso, desejam um homem forte, protetor e que a eleja como objeto de desejo. O paradoxo dessa situação é que esses sujeitos não são tão poderosos como se fazem parecer. Cabe ressaltar que, para algumas mulheres, a ilusão do poder masculino é valorizada, sendo um traço que desperta a fantasia feminina.
Do lado dos homens, esses estão em situação impossível, devido ao fato de ter que manter o engodo de homem poderoso. Para tanto, os pobres diabos se vêem na obrigação de viver a vida de modo a conquistar objetos, que sustentam sua posição de poder, como mulheres, carros, tudo que está relacionado ao dinheiro e lhe dê status. Nada mais ilusório e ridículo.
Desde a antiguidade o homem tenta suprir sua insuficiência por conquistas: terras, insígnias do exército… O que diferencia o homem de hoje é a horizontalidade nas relações. A palavra do homem desvalorizou-se, não tem mais o peso social, que tinha no sistema patriarcal. Hoje o homem já não sabe mais se é correto abrir aporta do carro para uma mulher. O referido gesto pode ter inúmeras significações.
O mundo é feminino, as relações mudaram e demanda que homens e mulheres sejam criativos e inventivos, para que possam lidar com este novo mundo.
Temos a impressão que no atual momento, histórico e econômico, há o favorecimento da constituição de valores e idéias, norteados pela frivolidade e superficialidade. Deste modo, o que poderia ser um acréscimo ao sujeito, no embate com a cultura, gera ou produz um ser medíocre, caracterizado pela uniformização e pela idiotice.
Ao abdicarmos da apropriação de um discurso próprio, mesmo que influenciado pela cultura, abrimos mão da possibilidade de fazer algo diferente, de sermos outros. Configura-se o desafio ao sujeito em preservar e expressar o traço que diferencia e produz mudanças. Diante do exposto, perguntamos: Ser ou não ser idiota, eis a questão.
Referência:
PAGE, M. (1975) Como me tornei estúpido. Rio de Janeiro; Rocco, 2005.
*Psicólogo, psicanalista e autor do livro ‘Crime e castigo e a maioridade penal’. Blog: Sujeito e Cultura

Prótese cerebral pode permitir que tetraplégicos sintam a textura de objetos


Estudo do brasileiro Miguel Nicolelis é parte do projeto Walk Again. Equipe deve mostrar um exoesqueleto na Copa de 2014
Ratos geralmente não podem ver a luz infravermelha, mas eles têm conseguido “tocar” esta luz em um laboratório da Universidade de Duke. Os ratos passaram a ” sentir” a luz como uma sensação de toque após o neurobiólogo brasileiro, hoje um dos mais importantes pesquisadores da área em todo mundo, Miguel Nicolelis e sua equipe sintonizarem um detector de infravermelho ligado à eletrodos implantados na parte do cérebro que processa informações relacionadas com o sentido do tato em mamíferos.
“Uma das principais falhas das atuais  próteses humanas controladas pelo cérebro é que os pacientes não podem sentir a textura do que tocam. Nosso objetivo é dar a tetraplégicos não apenas a capacidade de mover seus membros novamente, mas também de sentir a textura dos objetos colocados em suas mãos ou experimentar as nuances do terreno sob seus pés,” afirma Nicolelis.
O estudo, publicado, em fevereiro, na revista Nature, mostra que o córtex dos ratos responde tanto ao sentido do tato simulado criado pelos sensores de luz infravermelha quanto ao próprio toque, como se o córtex fosse dividindo-se uniformemente de modo que as células do cérebro passem a processar os dois tipos de informações.
“Chegamos à conclusão que em vez de estimularmos um tipo particular de célula neuronal para gerar uma função desejada, a estimulação de uma ampla gama de tipos de células pode ajudar a região cortical a se adaptar a novas fontes sensoriais,” disse Nicolelis.
Os estudos do pesquisador brasileiro já mostraram como as células cerebrais se conectam com eletrodos externos para interfaces cérebro-máquina e próteses neurais em pacientes humanos e primatas, dando-lhes a capacidade de controlar os membros, reais e virtuais, usando apenas suas mentes. Ele e sua equipe mostraram que os macacos, sem mover qualquer parte de seus corpos reais, poderiam usar a sua atividade elétrica do cérebro para guiar as mãos virtuais de um avatar, tocando objetos virtuais e reconhecendo suas texturas.
O trabalho atual, de interface cérebro-máquina, é parte de um esforço internacional chamado Walk Again Project (projeto andar novamente), que tem como objetivo construir um exoesqueleto de corpo inteiro, ajudando pessoas paralisadas a recuperar suas habilidades motoras e sensoriais. A expectativa da equipe é usar o primeiro exoesqueleto na cerimônia de abertura da Copa do Mundo de Futebol, em junho de 2014, no Brasil.
Miguel Nicolelis é professor de neurobiologia, engenharia biomédica e de psicologia e neurociência da Universidade de Duke. Ele também é fundador do Centro de Neuroengenharia de Duke. O brasileiro é formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e doutorado pelo Instituto de Ciências Biomédicas da própria USP.
Assista o vídeo:
Fonte: iSaúde

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Biomecatrônica pode beneficiar controle motor de idosos e deficientes.


Marco Aurélio Martins
Pernas e braços biônicos se afastam da ficção científica rumo à vida real. Ao redor do mundo, já se noticia, por exemplo, soldados amputados por ferimentos de guerra recebendo membros artificiais que controlam através do pensamento. Na Escola Politécnica (Poli) da USP, é o Laboratório de Biomecatrônica que estuda este campo promissor.
Com a colaboração de outras unidades, o grupo desenvolve dispositivos para entender o controle motor humano e que poderão ajudar diversos segmentos da população, incluindo idosos com dificuldade de movimento. Estudos multidisciplinares com modelos de exoesqueleto humano de membros inferiores e superiores buscam entender o controle motor nos aspectos biológicos, psciológicos e neurofisiológicos.
Arturo Forner Cordero, espanhol de nascimento e que está no Brasil há três anos, lidera o recém-criado laboratório (2010), que trabalha atualmente com três projetos: o controle dos membros superiores, com um exoesqueleto do cotovelo; o controle dos membros inferiores, com um exoesqueleto do joelho; e um núcleo de estudos avançados em reabilitação de pessoas que tiveram Acidente Vascular Cerebral (AVC). Este último envolve,  além da Poli, Faculdade de Medicina (FMUSP), Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH), todas da USP.
Novas respostas
O estudo é focado no Sistema Nervoso Periférico (SNP), que dentre outras ações, conduz o impulso nervoso gerado no encéfalo até o orgão motor, envolvendo nervos e músculos. Há pesquisas semelhantes sobre o assunto em outras universidades do Brasil e principalmente no mundo, mas o foco e o método desenvolvidos no laboratório é único. Segundo Forner, “a ideia não é replicar no Brasil o que se faz no mundo, mas fazer algo diferente, com uma nova linha de pesquisa e de pensamento”, afirma. A novidade do Laboratório de Biomecatrônica da Poli é tentar responder a perguntas do tipo “como funciona o ser humano no sentido motor?”.
Com o desenvolvimento dessa pesquisa, o professor espera proporcionar melhor qualidade de vida para a população, já que com o aumento da expectativa de vida, alguns problemas motores podem ser ocasionados por conta da idade avançada. “Queremos que a população viva mais e melhor”, afirma otimista. Além de idosos, outro grupo que se beneficiará da pesquisa são os deficientes físicos. Neste sentido, Forner espera “que o deficiente físico tenha mais independência nas suas tarefas do dia a dia”.
Exoesqueleto Superior
Este foi o primeiro projeto desenvolvido no laboratório, e deve ser concluído totalmente no final de 2013. O responsável é o mestrando Andrey Miranda, que o  iniciou ainda na graduação, como trabalho de conclusão de curso, já orientado por Forner. O próximo passo é expandir a pesquisa para além da articulação do cotovelo, abordando também as articulações do ombro e do punho.
“A longo prazo – cerca de 40 a 50 anos – a expectativa é que cada pessoa tenha um exoesqueleto deste em casa, use-o para ir ao trabalho, fazer as atividades do dia a dia e que antes de dormir coloque o ‘braço’ na tomada e deixe carregando”, afirma.
Forner espera, até o fim do projeto, diminuir o peso do exoesqueleto. “Hoje ele pesa cerca de 2,5 quilos, e a ideia é que seja de pouco menos de um quilo”, planeja. Para isso, será utilizado material em fibra de carbono, mais leve e resistente que os atuais, e será buscado aperfeiçoamento de outros dispositivos do exoesqueleto.
No próprio corpo
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
“A mãe do exoesqueleto do joelho é a Camila Souit”, indica o professor ao falar sobre o projeto do exoesqueleto inferior. A estudante está no último ano de engenharia mecânica e trabalha no joelho para seu trabalho de conclusão de curso. Assim como Andrey, ela pretende continuar o projeto na pós-graduação. Camila não colhe os louros sozinha e faz questão de citar o colega de projeto, Leonardo Lopes Malgueiro, que também se formará este ano.
Forner também procura diminuir o peso do equipamento e diz que em breve iniciará a fase de testes. “Primeiro vamos acoplar ao nosso próprio corpo, estudar os resultados e somente numa fase bem mais pra frente vamos testar em pacientes ou em pessoas com deficiência”, conta.
Projeto Humanis
O projeto Humanis consiste em estudar a simbiose homem máquina, algo maior e mais abrangente do que a relação servil que humanos impões às máquinas. Seria uma cooperação baseada na inteligência artificial. O grupo é composto não só por engenheiros, mas pessoas da área da comunicação, física, biologia e psicologia.
Segundo um dos coordenadores, o professor José Reinaldo Silva, “essa pesquisa, com essa abrangência, não existe em nenhum lugar do mundo. Há algo semelhante no Arizona, mas ligada apenas na parte da engenharia. Seremos pioneiros”, afirma.
O estudo desta simbiose engloba diversos departamentos e laboratórios da Poli, além do Laboratório de Biomecatrônica, a fim de aproveitar as múltiplas pesquisas sobre o controle motor humano. Agregará, ainda, pesquisas com o sistema nervoso central, neurônios e a parte cerebral, onde se dá o controle de dispositivos mecânicos comandados apenas pelo pensamento.
O Humanis está sendo desenvolvido na Poli e deve ser aprovado em breve para receber verbas de pesquisa. No fim deste semestre, está previsto um workshop do grupo para explicar as ideias do projeto e divulgá-lo no meio científico.
Fonte: USP

Paralisia cerebral: dos aspectos físicos à inclusão social.


Diego Rodrigues e Larissa Teixeira
Paralisia cerebral, também conhecida como PC, é a lesão ocorrida nas áreas motoras do sistema nervoso, afetando o comando do cérebro. A condição pode ocorrer em algumas áreas do cérebro, como o cerebelo, caso em que o equilíbrio é prejudicado; ou no sistema piramidal, quando ocorre o tipo mais comum de paralisia, e a mobilidade voluntária da pessoa é afetada. Em ambos os casos, as consequências físicas refletem-se em dificuldades sociais e psicológicas, tanto para o paciente quanto para sua família. Pesquisas da USP indicam caminhos possíveis para lidar com a questão.
Causas, tratamento e prevenção
A neurologista infantil Clarissa Bueno, do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMSUP) explica que além das diferentes áreas do cérebro, a doença também pode ser provocada por diversos motivos, que incluem asfixia, hemorragia intra-craniana, má-formação fetal e infecções. Segundo ela, as causas também influem na gravidade das malformações físicas dos pacientes. “No caso de hemorragias, as partes mais afetadas são os membros inferiores. Em casos de asfixia, o comprometimento costuma ser nos quatro membros e eventualmente na área de cognição”, explica a médica.
A reabilitação dos pacientes, baseada em fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional – para o treinamento de movimentos rotineiros – consegue, em casos menos graves,  bons resultados. “No caso de paralisias hemorrágicas, é possível que o paciente volte até mesmo a andar”. Em alguns casos,  é necessário aplicar relaxantes musculares, assim como toxinas botulínicas, para facilitar o movimento muscular nas áreas atingidas.
Visando diminuir os riscos de paralisia nos recém-nascidos – que no Brasil atinge hoje cerca de atinge cerca de 10 em cada 100 mil crianças – a neurologista ressalta a necessidade de manter um maior acompanhamento da saúde da gestante. “Os exames de rotina, estudos da condição de saúde da gestante e o pré-natal são indispensáveis, além da existência de boas condições para o parto”, declara Clarissa.
Inclusão social e escolar
A paralisia cerebral vai além dos problemas físicos e cognitivos. A criança portadora da doença, ao crescer, enfrenta dificuldades diárias para interagir com os colegas e frequentar escolas de educação regular, já que muitas não estão preparadas para recebê-las de uma forma inclusiva.
Cérebro
Ticiana Melo de Sá Roriz, terapeuta ocupacional e especialista em desenvolvimento infantil, apontou em seu mestrado da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP que as dificuldades são verificadas em dois aspectos: ambientais/arquitetônicos e atitudinais. O primeiro caso diz respeito à estrutura física. “Devemos repensar sobre a própria estrutura como nossa sociedade se organiza em termos de acessibilidade, muitas vezes ineficaz ou inexiste”, comenta.

O segundo fator baseia-se na atitude e no comportamento da escola e da própria família.
“Muitas vezes a família acaba optando, mesmo inconscientemente, pela super-proteção, impedindo a criança de circular nos diversos espaços sociais”, aponta.
Para que a inclusão realmente ocorra, Ticiana acha que o primeiro e principal passo é acreditar que a inclusão é possível. “A inclusão não pode ser assegurada apenas pela vontade de um ou outro professor. A escola tem que ser inclusiva”. Para a terapeuta, a escola deve se preparar tanto na eliminação de barreiras arquitetônicas, aquisição de recursos de adaptação e acessibilidade, quanto na formação continuada de professores e funcionários.
Mas seria redundante falar em escola inclusiva? “Se pensarmos que a escola é um direito garantido a todas as crianças brasileiras, chegaríamos à conclusão que sim. A filosofia trazida por esse paradigma deveria ter estado presente desde sempre”, aponta Ticiana.
A conclusão é que a sociedade precisa mudar sua forma de enxergar pessoas com necessidades especiais, não só crianças com paralisia infantil, mas com qualquer tipo de deficiência. “O mundo em que estamos inseridos é repleto de pessoas com características diversas e é isso que o torna tão rico. Aprender a lidar com a diferença deveria estar no currículo escolar e de vida de cada um de nossos pequenos”, completa ela.
Sobrecarga nas famílias
Não é somente a criança com paralisia cerebral que passa por dificuldades. Sua família também é impactada por essa situação, sofrendo grandes mudanças nos hábitos de vida. Foi a partir dessa constatação que a pesquisadora e fisioterapeuta Manuela Oliveira Santos Rosset procurou identificar e descrever a sobrecarga a que estão submetidas essas famílias, em seu mestrado defendido na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP) da USP.
“A doença requer que os familiares do paciente passem a colocar as suas próprias necessidades e desejos em segundo plano, vivenciando mudanças no estilo de vida e podendo sofrer dos mesmo problemas que a criança”, afirma Rosset.
Ela identificou como principais dificuldades a possível demora da aceitação do diagnóstico pelos pais, a falta de comunicação entre estes e os profissionais de saúde e a falta de acesso aos serviços destinados ao atendimento – o que pode estar relacionado com o perfil socioeconômico da família.
“A classe social afeta o modo pelo qual os membros da família organizam sua vida diária e como enfrentam os desafios e crises. A maioria dos familiares ressalta que a condição financeira é essencial no tratamento da criança, pois a família com renda mensal mais baixa enfrenta problemas maiores”, comenta.
Assim, a pesquisadora concluiu que as famílias devem ser orientadas pelos profissionais de saúde, de modo que a sobrecarga possa ser minimizada, ressaltando também a importância da figura do “cuidador” – uma pessoa que possa aliar o conhecimento do especialista com a prática cotidiana. “Quando a criança faz parte de uma unidade familiar, o profissional deve programar o tratamento, visando a beneficiar tanto a criança como sua família”, completa.
Fonte: USP

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Proposta aumenta o valor da aposentadoria por invalidez


A Câmara analisa proposta que fixa o valor da aposentadoria por invalidez em 110% do salário de benefício, somados 2% por cada ano de contribuição do beneficiário. A medida está prevista no Projeto de Lei 4769/2012 e vale também para as aposentadorias decorrentes de acidente de trabalho.
O salário de benefício corresponde à média aritmética simples dos 80% maiores salários do trabalhador (até o teto de R$ 4.159) em todo o período contributivo, corrigidos monetariamente. Hoje, a aposentadoria por invalidez corresponde a apenas 100% desse salário de benefício.
O projeto é de autoria do senador Paulo Paim. Segundo ele, “a proposição se harmoniza com a triste realidade de nosso País, onde os acidentes de trabalho alcançaram índices alarmantes”.
De acordo com o parlamentar, foram 3,8 milhões no período de 2005 a 2010 que resultaram na morte de 16,5 mil pessoas e geraram a incapacidade de 74,7 mil trabalhadores. “Estamos em quarto lugar no mundo em ocorrências dessa natureza”, argumentou.
Tramitação
A proposta, que tramita de forma conclusiva e em regime de prioridade, será analisada pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta:
Reportagem: Carolina Pompeu
Edição: Juliano Pires

Fonte: Câmara dos Deputados

Atleta mirim leva irmão com paralisia cerebral para triathlons.


Irmãos Conner Green
Os irmãos Conner Green, de nove anos, e Cayden Long, de sete anos, foram eleitos os esportistas mirins do ano de 2012 pela Sports Illustrated Kids e apareceram na capa da última edição do ano da publicação. O motivo da ação especial é premiar Conner por participar de triathlons ao lado de seu irmão, que tem paralisia cerebral e não pode se locomover sozinho.
O amor dos irmãos não impediu que a deficiência atrapalhasse seus planos de competir lado a lado. Conner completa o percurso empurrando um carrinho na corrida, puxando um trailer durante o trajeto de bike e utilizando uma jangada no trecho aquático.
Milhares de crianças se inscreveram para concorrer ao prêmio, que foi introduzido em 2007 para reconhecer jovens talentos do esporte. Este é o primeiro ano em que é mais do que um atleta que está sendo homenageado com o prêmio.
Fonte: Webrun

Deborah Prates foi homenageada no lançamento da Agenda da Mulher Brasileira 2013


A querida amiga e grande ativista dos direitos da pessoa com deficiência Deborah Prates, foi homenageada no lançamento da AGENDA DA MULHER BRASILEIRA/2013,  realizado em 31/1/2013, na Faculdade de Filosofia da UFRJ. Assista o vídeo:
Veja:

Desmistificando alguns pensamentos sobre a Paralisia Cerebral


Por Maria Alice Furrer
É comum lermos e ouvirmos por aí que uma pessoa com Paralisia Cerebral não compreende o que ocorre ao seu redor ou até mesmo vive em “estado vegetativo”. Talvez devido ao nome dessa patologia, muitas pessoas acham que trata-se de um “cérebro paralisado”, inativo, sem função ou algo do gênero, o que não é verdade.
Nosso objetivo com este post é esclarecer, resumidamente, o que é a Paralisia Cerebral, baseando-nos em alguns conceitos e definições clínicas.
Em 1988, a Comissão Mundial de Paralisia Cerebral conceituou-a como “um distúrbio de postura e movimento persistente, porém não imutável, causada por uma lesão no sistema nervoso em desenvolvimento, antes ou durante o nascimento ou nos primeiros meses de lactância”.
A designação “Paralisia Cerebral” é clássica, porém não é a mais adequada, já que o cérebro não se encontra paralisado, mas sim incapacitado de comandar, principalmente, a função motora. Desta forma, torna-se inadequado e totalmente inconbebível achar que todo o indivíduo com Paralisia Cerebral não tenha preservada as funções cognitivas (percepção, atenção, memória, linguagem, funções executivas e outras).
A prevalência da Paralisia Cerebral na população mundial atinge 1,5 a 2,5 indivíduos a cada 1000 nascidos vivos.
Apesar de a desordem motora ser um denominador comum da Paralisia Cerebral, outras desordens do desenvolvimento também podem estar presentes. As principais são:
  • Alterações oculares e visuais;
  • Déficit cognitivo;
  • Distúrbios de fala e linguagem;
  • Dificuldades de alimentação;
  • Disfunções corticais superiores (apraxia: incapacidade de realizar um movimento complexo que já aprendeu; agnosia: ausência de reconhecimento, como por exemplo conseguir pegar uma bola e não saber o que é) e os distúrbios de atenção;
  • Convulsões.
A Paralisia Cerebral possui um quadro clínico muito variado, como veremos a seguir. E além do quadro ser variado, existem outras manifestações associadas ao distúrbio motor, como citamos anteriormente. Essa variedade se deve ao fato de o sistema nervoso central ser muito complexo, e a caraterística da Paralisia Cerebral está intimamente relacionada com a área (ou áreas) deste sistema que foi lesada.
A Paralisia Cerebral é classificada de acordo com sua forma clínica (distúrbio do movimento) e topografia (distribuição do distúrbio do movimento). A forma clínica, que é a desordem motora, está intimamentre relacionada com a área do sistema nervoso central acometida, onde os seguintes tipos clínicos podem ser encontrados:
  • Espástico: Hipertonia muscular, espasticidade (“rigidez” muscular). Lesão do córtex e das vias córtico-espinais.
  • Discinéticos: Caracterizado pela presença de movimentos involuntários. Lesão dos núcleos da base.
  • Atáxicos: Incoordenação e equilíbrio prejudicados. Lesão do cerebelo.
  • Misto: Alteração em mais de um dos sistemas citados anteriormente.
Existem sub-grupos (mais específicos) na classificação clínica mencionada acima, porém, nosso objetivo com este post é apenas fazer um apanhado geral, desmistificando alguns conceitos sobre a patologia.
A classificação topográfica se refere à distribuição corporal da lesão. Atualmente, existem classificações específicas que detalham ainda mais o comprometimento motor. Abaixo vamos conhecer apenas a distribuição topográfica geral:
  • Quadriparesia: Acometimento dos quatro membros.
  • Diparesia: Comprometimento dos membros superiores mais leve (ou inexistente) do que nos membros inferiores.
  • Hemiparesia: Apenas um lado do corpo é comprometido (membros superior e inferior esquerdos, por exemplo).
Portanto, uma pessoa com Paralisia Cerebral não tem o cérebro e a vida paralisados! Essa desordem cerebral tem como denominador comum o prejuízo motor, mas os problemas associados podem ou não estar presentes.
Na grande maioria dos casos, as pessoas com Paralisia Cerebral possuem plenas condições de se desenvolver e ter uma vida normal, contanto que sejam bem estimuladas física e mentalmente (principalmente quando criança) e tenham à disposição recursos de acessibilidade e tecnologia assistiva. Por isso, não é raro encontrarmos Médicos, Psicólogos, Engenheiros e até Artistas Plásticos com Paralisia Cerebral.
Referências:
GIANNI, M.A.C. Paralisia cerebral aspectos clínicos. In: MOURA, E.W; SILVA, P.A.C. Fisioterapia: Aspectos clínicos e práticos da reabilitação, 1a ed. São Paulo: Artes Médicas, 2005. cap. 2, p. 13-25.

Cadeirantes agora curtem o mar de Noronha.


A cadeira de rodas anfíbia fluta no mar e o seu material não esquenta.
A cadeira de rodas anfíbia fluta no mar e o seu material não esquenta.
Governo lança projeto Praia sem Barreiras no arquipélago pernambucano.
O banho de mar nas águas transparentes e mornas da Praia do Sueste, localizada no arquipélago pernambucano, tornou-se mais democrático, graças à estreia hoje do projeto Praia sem Barreiras, idealizado e executado pela Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur/PE), através da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). A partir de agora o acesso de cadeirantes à paradisíaca baía da ilha será possível através de uma esteira antiderrapante, que conduz o banhista por 30 metros até quatro cadeiras de rodas anfíbias, desenvolvidas com tecnologia da Nasa e cujo material não esquenta sob a ação do inclemente sol nordestino.
De lá, os banhistas são acompanhados por oito profissionais da EcoNoronha devidamente qualificados para o banho assistido, que poderá ser desfrutado todos os dias, das 8h às 18h. Oinvestimento total da implantação do projeto foi de R$ 37 mil. As cadeiras anfíbias são fabricadas pela Ortomix, em Aparecida do Goiás (GO), e custam R$ 5.415 cada uma.
A recifense Yoko Farias Sujimoto, 29 anos, e o cadeirante suíço Michel Peneveyre, presidente da ONG Rodas da Liberdade, que vive em Porto de Galinhas, foram os escolhidos para estrear o serviço da equipe e a curtir as delícias do mar de Noronha.
Mosana inspirou o projeto Praia sem Barreiras.
Mosana inspirou o projeto Praia sem Barreiras.
“Estou muito feliz de estar aqui. Esse é um sonho de muitas pessoas em minha condição. Sei que muitos virão depois de nós dois”, diz emocionada Yoko. Já para o quase pernambucano Michel, a palavra que melhor define a experiência de ontem é felicidade. Tanto que este foi o nome que ele deu à tartaruga encontrada no mar naquela manhã pela equipe do Projeto Tamar. A recifense preferiu pegar emprestada a sugestão do rapaz que a assistia no banho de mar e batizou o animal marinho de Nó, em homenagem à ilha. Surgia naquele instante a mascote da dupla especial de banhistas.
Para o secretário de Turismo de Pernambuco, Alberto Feitosa, a implantação do equipamento é de grande importância para o turismo do Estado, que tem na acessibilidade um dos seus grandes focos. “Essa é uma das minhas grandes missões. E hoje é um dia feliz, histórico. Muito tenho a agradecer à coordenadora do Programa Turismo Acessível, Morgana Cavalcanti, que dá o exemplo e nos serviu de inspiração. Ontem (30), por coincidência, fez dez anos que ela ficou impossibilitada de andar”, pontuou o secretário, complementando que a próxima cidade a receber o projeto Praia sem Barreiras será o Recife. A data foi escolhida a dedo, acontecerá no dia 12, quando se comemora o aniversário da capital pernambucana. “Vamos dar esse presente ao Recife”, festeja.
Para definir onde implantar o novo serviço em Boa Viagem, a Empetur contou com a ajuda de um dos parceiros no projeto, o Instituto Oceanário da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que realizou pesquisa sobre ataques de tubarão na orla recifense. “Não podemos correr riscos”, diz Mosana, ao informar que o Praia sem Barreiras será instalado em frente à Rua Bruno Veloso porque lá, segundo o estudo, é a área que menos registros possui de ataques de tubarões.
Pessoal qualificado da Eco Noronha dá o apoio necessário durante o banho assistido.
Pessoal qualificado da Eco Noronha dá o apoio necessário durante o banho assistido.
“Ao contrário de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, nosso ponto de acessibilidade será sempre no mesmo local”, ressalta a coordenadora da Empetur, complementando que isso ajudará ainda mais as pessoas com dificuldade física como ela. Mosana ficou impossibilitada de andar depois de ser atingida por um tiro durante um assalto nas proximidades do Edifício Califórnia, na Avenida Boa Viagem, em 2003.
Participaram ainda do evento de lançamento do Praia sem Barreiras o administrador do arquipélago, Romeu Baptista, o secretário nacional de promoção dos Direitos Humanos, o pernambucano de Garanhuns, Antonio José Ferreira, o chefe do ICMBio, Ricardo Araújo, Pablo Móbis, gerente do Eco Noronha, todos parceiros na ação de acessibilidade num dos destinos mais cobiçados Brasil afora.
ACESSIBILIDADE – Não foi à toa que o arquipélago Fernando de Noronha foi escolhido para a estreia do Praia sem Barreiras. A empresa Eco Noronha tem investido forte em acessibilidade na ilha no último ano, quando o acesso ao Mirante dos Golfinhos é possível graças à trilha suspensa, construída com madeira biossintética.
O Mirante do Sancho, onde é possível observar o belo cenário da praia que leva o mesme do ponto de observação, tammbém é totalmente acessível. O caminho até o Mirante Dois Irmãos, o principal ícone da ilha, é outra trilha construída para dar acesso ao ir e vir de todos. Ambas dispõem de acessibilidade assistida e foram construídas pela EcoNoronha. Falta entregar ainda a trilha da Praia do Leão, prevista para ser entregue até o fim deste ano.
Assista o vídeo:
Fonte: Jornal do Comércio