Postagens populares

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Regras para fazer do imóvel uma casa para a vida toda, até a velhice

Ambiente que atende às normas de acessibilidade de garantir segurança e conforto. (Foto: Marcos Ermínio)
Ambiente que atende às normas de acessibilidade de garantir segurança e conforto. (Foto: Marcos Ermínio)
Proprietária de uma pousada geriátrica em Campo Grande, Silvia Samara Gimenes Salamene, de 35 anos, sabe bem que não pode se descuidar da segurança dos idosos. Sabe também que não basta só atenção e boa intenção. É preciso garantir a acessibilidade dos clientes que atende todos os dias.
Há 3 anos, justamente por essa questão, a casa, que ficava na Eduardo Santos Pereira, passou a funcionar em outro endereço. Como o antigo imóvel era alugado, os proprietários não permitiram alterações na parte estrutural. Na “nova pousada”, que fica na rua São Paulo, tudo foi pensado para quem já chegou à chamada “terceira idade”.
“Colocamos banheiros adaptados em todos os quartos, corrimão em tudo, dentro e fora… Os pisos são antiderrapantes. A casa é plana, não precisa de rampa. Toda a preocupação foi por conta da acessibilidade”, afirmou a proprietária.
Casas planejadas, acessíveis, é uma preocupação antiga dos profissionais que trabalham na área da arquitetura, mas eles ainda enfrentam a resistência de clientes. Muitos, com “medo” do custo final da obra, acabam dispensando os ajustes necessários. O que acontece, geralmente, é uma reforma na hora da necessidade. Aí sim, os custos extras, dizem os especialistas, podem aparecer.
O Lado B foi atrás de quem entende do assunto para “desmistificar” algumas verdades – como o orçamento superior – e saber como deve ser uma casa para idosos. Arquiteta, Angela Cristina Santos Gil Lins, de 40 anos, integra a equipe técnica da SBA (Sociedade em Prol da Acessibilidade, Mobilidade Urbana e Qualidade de Vida de Mato Grosso do Sul).
Piscina é cercada por grade para evitar acidentes. (Foto: Marcos Ermínio)
Piscina é cercada por grade para evitar acidentes. (Foto: Marcos Ermínio)
A profissional apontou algumas “dicas gerais” de um projeto como esse. Em todo caso, é necessário, segundo ela, uma boa entrevista com o cliente. A intenção é saber das necessidades dele, as limitações e exigências. Se tratando de idosos, “o levantamento das necessidades é maior ainda, pois precisamos saber se o idoso vai morar sozinho, com um companheiro, se tem animais de estimação, se recebe visitas”, disse, exemplificando.
O projeto de uma casa para idosos deve contemplar tudo o que uma “residência comum” tem, mas é preciso dar atenção à NBR 9050, norma técnica que regulamenta a acessibilidade a edificações, mobiliário e equipamentos urbanos.
O arquiteto, afirmou, “precisa dar atenção especial para banheiros e pisos”. É imprescindível observar as dimensões dos espaços de circulação e não se esquecer dos itens de segurança como, por exemplo, pisos não escorregadios em áreas molhadas – como banheiro, calçadas, área de serviço e varanda – e barras de apoio.
Entre as dicas gerais, é preciso se atentar ao tamanho das portas – que devem ter vão livre de 0,80 centímetros para facilitar o acesso de uma cadeira de rodas -, maçanetas que facilitam a empunhadura e iluminação adequada.
O cuidado se estende à decoração. O mobiliário precisa ter altura adequada e cantos arredondados. É uma maneira de prevenir acidentes. Angela Cristina também recomenda evitar o uso de tapetes com felpa alta para não prejudicar quem tem dificuldade de locomoção.
Banheiro foi adaptado e ganhou barras de sustentação. (Foto: Marcos Ermínio)
Banheiro foi adaptado e ganhou barras de sustentação. (Foto: Marcos Ermínio)
Além da segurança, a comodidade deve ser pensada. Uma casa acessível, defende a arquiteta, “é uma casa confortável para toda as pessoas”. Se o projeto, desde o início, levar em consideração esse conceito, não será mais necessário adaptar nenhum espaço. Reformas, aliás, sempre acabam sendo mais caro que uma nova construção.
Toda a residência possui itens de segurança. (Foto: Marcos Ermínio)
Toda a residência possui itens de segurança. (Foto: Marcos Ermínio)
“Um projeto para idoso não necessariamente aumenta os gastos, ao contrário do que todos imaginam. O custo final da obra será o mesmo de qualquer outra obra desde que seja bem planejada e executada”, orientou a profissional.
Cartilha – Angela lembrou que este ano, a SPA-MS elaborou, em parceria com o CAU – MS (Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Estado), um guia prático de acessibilidade. A cartilha, que foi distribuída aos participantes da 2ª Decon-MS, feira de decoração que aconteceu em Campo Grande, é direcionada a projetistas e conta com a diretrizes básicas da NBR-9050/2004.
São 63 páginas de orientações que trazem, por exemplo, as exigências para construção de sanitários, bebedouros, balcões, auditórios, cinemas, teatros, cozinha. O material também elenca as especificações para o acesso e circulação e destaca as normas para construção de calçadas, guias rebaixadas, faixas elevadas, rampas, corrimão, guarda-corpo, degraus, entre outros.
Guia foi distribuído na 2ª Decon. (Foto: João Garrigó)
Guia foi distribuído na 2ª Decon. (Foto: João Garrigó)
Há, ainda, as definições importantes para sinalização visual, tátil, sonora, de vagas para veículos e até o local determinado para o posicionamento do intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Além das especificações para projetos residenciais e comerciais, o guia também abrange as diretrizes recomendáveis para obras públicas, como parques, praças e locais turísticos. Delegacias e penitenciárias também estão incluídas.
A intenção dos órgãos é divulgar a legislação e sensibilizar a sociedade sobre as dificuldades encontradas no uso dos espaços utilizado pelas pessoas com deficiência, permanente ou temporária, mobilidade reduzida, idosos ou gestantes.
Fonte: Campo Grande News

Campo Belo constrói rampas de ‘acesso’ que levam a lugar nenhum

Acessos  foram construídos em espaço de menos de 100 metros. Pelo menos quatro cidades da região enfrentam o mesmo problema.
Construídas próximas a matagais, em ruas que nem calçada tem, perto de barrancos, lotes cheios de entulhos e em áreas sem saída, as rampas que deveriam facilitar o acesso dos cadeirantes e deficientes físicos tornaram-se um impasse em pelo menos quatro cidades do Sul de Minas.
Em Campo Belo (MG) em um espaço de menos de 100 metros foram construídas oito rampas que apresentam o mesmo problema. Duas delas ficam próximas uma da outra e dão ‘acesso’ a um barranco. Outras levam a um lote cheio de entulhos, em outra, pedras ocupam o espaço onde a pessoa deveria manobrar a cadeira, a outra está bem na descida.
A Prefeitura Municipal de Campo Belo alega que este foi um erro da empresa contratada para a construção das rampas e que a empresa foi penalizada com a suspensão do pagamento por conta do erro.
Questionada sobre o problema, a procura jurídica do município Irene Gonçalves Martins de Paula reconhece que o erro será adequado. “As rampas foram executadas de forma errada. Foi feita a fiscalização depois da obra e as providências serão tomadas”, disse.
Ainda segundo a procuradora, as obras no bairro Jardim Brasil Vilela, onde foram feitas 60 novas rampas fazem parte de um convênio com a Secretaria Municipal de Transportes e Obras Públicas, mas os recursos que viriam do governo estadual ainda não foram liberados.
Rampas levam para lugar nenhum em Campo Belo. / Foto: Reprodução EPTV
Rampas levam para lugar nenhum em Campo Belo / Foto: Reprodução EPTV
O engenheiro Cássio Henrique Nacarato, da empresa responsável pela obra, disse que não vai se pronunciar até verificar os problemas na construção das rampas.
Enquanto isso, no Centro da cidade, vários locais públicos, como a Câmara Municipal, não tem uma rampa sequer, apenas escadas. A situação chama a atenção de Breno Ferreira Monteiro, presidente da Associação dos Deficientes de Campo Belo. “Estas construções ferem o direito dos cadeirantes e deficientes à acessibilidade. Fere a cidadania. Tem deficientes que não podem assistir às audiências porque não conseguem entrar na Câmara”, disse.
Já a Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que o valor total do convênio com a Prefeitura de Campo Belo é de R$ 1,2 milhão e que apenas a primeira parcela foi liberada. Ainda segundo a Setop, as obras acima de R$ 500 mil são fiscalizadas a cada dois meses e ao final há outra fiscalização e que a Secretaria vai verificar a situação na cidade.
Outras cidades
Em Delfim Moreira (MG) cerca de 10 rampas foram construídas no bairro Caquende. Uma termina em uma cerca, a outra, em um rio. Praticamente todas levam a lugar nenhum e o calçamento do bairro também dificulta a acessibilidade.
Na cidade de Carmo da Cachoeira (MG) as rampas construídas levavam para matagal, muros e barrancos e na cidade, prédios públicos também não tinham acessibilidade. A Secretaria de Obras informou que as rampas continuam no mesmo local, mas que novas já foram feitas próximas a prédios públicos, como na entrada do fórum.
Já em Alpinópolis (MG), as rampas de acesso construídas no bairro Mundo Novo não tinham utilidade e davam em terrenos baldios, cercas de arame e em um muro. O prefeito da cidade, Edson Luiz Rezende Reis informou que a administração solicitou aos donos dos imóveis que fizessem calçadas onde elas não existiam para melhorar a utilidade das rampas e que foram feitas novas rampas em locais adequados na cidade.
Assista o vídeo: http://migre.me/eOdVv
Fonte: G1

Aluna com Síndrome de Down ganha prêmio em concurso de redação



Camila Manzolli ganhou prêmio em concurso de redação.
Camila Manzolli ganhou prêmio em concurso de redação.
Menina tem 11 anos e estuda em uma escola particular de Curitiba. Ela ganhou um prêmio especial na categoria superação.
Uma estudante com Síndrome de Down de uma escola particular de Curitiba venceu um concurso nacional de redação infantil. Com o apoio dos professores e dos colegas de classe, Camila Manzolli, de 11 anos, redigiu um texto sobre a própria história.
“Foi um processo bem difícil, mas foi bem legal trabalhar com ela. Eu ia levantando algum tema, mas ela mesma construía as frases e no final ficou bem bacana a história”, explica a professora Giovana de Bassi.
Dentre os assuntos descritos na redação, Camila fez questão de lembrar quando ganhou uma medalha de ouro nas paraolimpíadas na categoria de ginástica. O texto surpreendeu os organizadores do concurso, que criaram um prêmio específico para a garota na categoria superação.
O troféu foi entregue durante uma solenidade no Museu de Arte Moderna, em São Paulo. A mãe, Liziane Manzolli, contou que se sentiu orgulhosa da filha após mais uma conquista. “É muita emoção, eu jamais imaginaria”, afirma a mãe, que completa e diz que o reconhecimento é só o começo das conquistas que ainda estão por vir. Quando crescer, Camila conta que quer ser professora.
Fonte: G1

Nova cadeira de rodas ‘quebra’ para facilitar acesso do usuário



Cadeira de rodas Wasuke
Cadeira de rodas Wasuke (Foto: AFP)
Modelo chamado Wasuke foi exibido nesta terça (29/5), no Japão. Roda desmonta, para que usuário consiga entrar e sair com facilidade.
Uma funcionária da empresa Echigo exibiu nesta terça-feira, no Japão, a cadeira de rodas Wasuke. Um terço das rodas pode ser removido, para que usuário consiga entrar e sair com facilidade. Novidade foi apresentada no evento Home Care and Rehabilitation Exhibition, realizado em Tóquio.
Fonte: G1

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Criança com síndrome de Down salva irmã de afogamento, em Manaus



Após salvar irmã, a menina foi arrastada pela correnteza por 30 metros. Resgatada por populares, a garota foi encaminhada a um pronto socorro.
Uma menina com síndrome de Down e problemas de visão, de oito anos, salvou a irmã, de quatro, que caiu em um igarapé de Manaus. O fato ocorreu por volta das 14h15 desta sexta-feira (24). Segundo o Corpo de Bombeiros do Amazonas, a criança mais nova brincava perto de casa quando acabou caindo na água, que transbordou com a chuva forte que atingiu a capital nesta tarde. Após salvar a irmã, a menina foi arrastada pela correnteza por 30 metros. Resgatada por populares, ela foi encaminhada para a um pronto socorro da cidade
O Corpo de Bombeiros informou que chegou ao local – na Rua Mogi dos Campos, bairro, Jorge Teixeira, Zona Leste – em três minutos e encontrou a criança mais velha desmaiada. A equipe realizou a reanimação cardiopulmonar até que ela conseguiu restabelecer os batimentos cardíacos e depois foi entregue à equipe do Serviço Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que a levou para o Pronto Socorro da Criança Joãozinho, na Zona Leste. O G1 tentou contato com a assessoria de comunicação do hospital para saber o estado de saúde da menina, mas não obteve sucesso.
A água do igarapé transbordou por causa da chuva (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas)
A água do igarapé transbordou por causa da chuva (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas)
Alerta
O comandante da coorporação, coronel Antônio Dias dos Santos, afirmou que nesta época do ano é preciso ter um cuidado redobrado com crianças. “A água pode camuflar um bueiro que está sem tampa e elas [crianças] podem cair. Além disso, na época de chuva as correntezas dos igarapés ficam muito fortes e levam crianças com muita falicidade, fora a poluição da água que acarreta várias doenças. É preciso ficar atento para evitar acidentes”, alertou o comandante.
Fonte: G1

Professora dá tapa na cara de aluno com necessidades especiais.



Professora segurou a cabeça do aluno com uma mão e deu um forte tapa no rosto da criança, segundo jornal (KCAL 9 HD )
Professora segurou a cabeça do aluno com uma mão e deu um forte tapa no rosto da criança, segundo jornal (KCAL 9 HD )
Tapa foi dado na frente da mãe. Educadora não negou a agressão quando denunciada
A mãe de um aluno com necessidades especiais está processando a escola do garoto, a Knollwood Elementary Pre-K, na Califórnia, porque uma professora deu um tapa no rosto do menino, de acordo com informações da rede de televisão norte-americana CBS.
Kristin Knight disse que testemunhou a agressão quando levava o pequeno Hunter para o carro. A professora abraçou o aluno por trás para tentar acalmá-lo, segundo a mãe, e o garoto em troca teria beliscado a educadora.
— E então ela disse: “Você me bateu?”
De acordo com o site Huffington Post, a professora segurou a cabeça de Hunter com uma mão e deu um forte tapa no rosto da criança, o que deixou marcas.
Knight tirou fotos do hematoma imediatamente depois do incidente, e a professora não negou a agressão quando denunciada na escola.
Hunter não foi mais à aula depois que apanhou, e a escola ainda não tomou nenhuma posição em relação ao caso.
Fonte: R7

Menino de dois anos é curado de paralisia cerebral com células-tronco



garoto com paralisia cerebralMédicos alemães divulgaram, nesta semana, que curaram uma criança de 2 anos que sofria de paralisia cerebral. O tratamento, feito com células-tronco do próprio paciente, foi realizado por especialistas do Hospital Universitário de Bochum, na Alemanha. O caso é o primeiro no mundo. As informações foram divulgadas em nota do hospital.
O menino, identificado apenas como L.B., teve uma parada cardíaca em novembro de 2008. Como sequela, ele sofreu graves danos cerebrais que o levaram a estado vegetativo. Os médicos alertaram os pais que as chances de sobrevivência do menino eram mínimas.
Os especialistas, então, começaram a pesquisar quais opções poderiam ser aplicadas para recuperar a criança. Mas descobriram que não havia nenhum tratamento conhecido para paralisia cerebral infantil.
“Em uma situação desesperada, os pais também pesquisaram na literatura terapias alternativas”, disse o Dr. Arne Jensen, da Clínica de Ginecologia do Bochum, que realizou o novo tratamento. “Eles nos procuraram e perguntaram sobre as possibilidades de utilização do sangue do cordão umbilical do filho, congelado após o nascimento”.
Nove semanas após o dano cerebral, em 27 de janeiro de 2009, os médicos começaram a administrar as células-tronco por via intravenosa. O progresso foi, então, sendo registrado. Meses após o dano cerebral grave, as crianças sobreviventes normalmente só apresentam sinais mínimos de consciência.
“O prognóstico para o pequeno paciente estava ameaçado, até impossível” os médicos do hospital afirmaram. Mas apenas dois meses após o tratamento, os sintomas melhoraram significativamente. A criança aprendeu a falar frases simples e começou a se mover. Cerca de 40 meses após o tratamento, a criança era capaz de comer sozinho, andar com ajuda e formar frases curtas.
“Nossos resultados, juntamente com os de um estudo coreano, dissipam as dúvidas de longa data sobre a eficácia do novo tratamento”, disse Dr. Arne Jensen da Clínica de Ginecologia do hospital.
Hoje, o menino continua o tratamento na unidade hospitalar. A expectativa é de novos progressos em breve. Dr. Jensen relatou o caso de sucesso na revista médica Transplantation.
Pesquisa
Estudos com animais revelam que as células estaminais (tronco) têm a capacidade de migrar para o tecido cerebral danificado.
Num estudo anterior com ratos, os especialistas revelaram que as células de sangue do cordão umbilical migram para a área danificada do cérebro em grandes números, 24 horas após a administração.
Em março de 2013, em um estudo controlado de 100 crianças, os médicos coreanos relataram pela primeira vez que tinham tratado com sucesso paralisia cerebral de um paciente com células-tronco de um doador.
Fonte: http://www.paraiba.com.br/

Projeto Acessibilidade em Foco: Escritor Laurentino Gomes fala sobre a história do Brasil sob outros ângulos

CONVITE! Sem sair de casa! Participe e pratique a acessibilidade atitudinal.  Escola Virtual (PorDeborah Prates)
Projeto Acessibilidade em Foco 
Laurentino Gomes: livros 1808 e 1822
Laurentino Gomes: livros 1808 e 1822
1. Evento agendado (debate); tema: A história do Brasil. Mitos e verdades. 2. Sinopse: Laurentino Gomes consegue enxergar a história do Brasil sob outros ângulos, trazendo os mitos/celebridades a condição real do ser humano; com suas fraquezas e proezas. O Autor deixa claro que conhecer o passado é condição essencial para que compreendamos o presente, de maneira que o futuro poderá ser erguido sob alicerce mais sólido. Nesse tour – a partir de 1808 – passaremos a entender, com mais dinâmica, o que aprendemos na escola sobre o tema. Laurentino Gomes abraça um projeto de nosso interesse e sai nosso padrinho nessa empreitada. Você não pode ficar fora dessa!
2.1. Tópicos que serão debatidos: a) a vinda de D. João VI, da Família real e Corte portuguesa para o Brasil em 1808; b) o sentimento do Povo português com essa passagem; c) a viagem tumultuada; d) acondicionamento de alimentos, pragas, acomodações, etc.; e) parada na Bahia; f) abertura dos portos; g) a escravidão e quem eram os “tigres”; h) ritual do beija mão; i) entendendo D. João VI (seus hábitos de higiene, situação psicológica, o “franguinho no bolso do casaco”, orientação sexual …); j) conhecendo D. Pedro I; k) o momento da independência do Brasil; l) o papel da maçonaria na história; m) quem foi José Bonifácio e qual o seu relevo na história até os tempos atuais; n) a importância das mulheres no curso da história; o) o coração de D. Pedro, e muito mais! Integre-se nessa história, que é sua também!
3. Comando: Dra. Deborah Prates.
4. Entrevistado: Laurentino Gomes. 4.1. Breve currículo: Laurentino Gomes é jornalista e escritor; autor de dois best sellers, quais sejam: “1808″ e “1822″; conquistou dois prêmios Jabuti em duas categorias distintas; foi repórter e redator da revista Veja e do jornal O Estado de São Paulo; seus livros estiveram, por três anos consecutivos, dentre os mais vendidos e procurados; em setembro próximo, na bienal do livro/RJ, lançará o 3º livro “1889″ (A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA) que fechará essa trilogia; um dos mais renomados palestrantes dos últimos tempos …
5. Debatedores convidados: Valdenito de Souza (diretor geral da rádio Contraponto), Amauri Fernandes (inventor), FRANCINE ALBIERO DE CAMARGO (psicóloga), Bárbara Parente (policial militar), Diniz (administrador do site Mundo Cegal), Ana Paula Ruas (funcionária pública), Elizabeth Marge (economista), Cláudio Sarkis (delegado da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ), Cecília Almeida (psicóloga e publicitária), Conceição Cunha (portuguesa e auxiliar de fisioterapia), Lívia da Rocha (professora), Vitor Alberto (professor de história) …
6. Data: 30/maio/2013 (última quinta do mês)
7. Horário: 20(vinte) horas.
8. Duração: 90(noventa) minutos.
9. Local: Escola Virtual (Projeto Canal Livre). 10. Pré requisito para participação ao vivo: a. ter oprograma TeanTalk (versão 4.3 ou superior) instalado e configurado no computador;
b. Acesso livre;
c. às 20h., clicar no arquivo senha (Projeto Canal Livre.tt) e o TeanTalk será direcionado para a sala virtual Canal Livre; e
d) estará sendo disponibilizado 30 vagas. Atenção! Se o número de participantes ultrapassar 30, a sala Canal Livre será fechada imediatamente. No entretanto, os ouvintes poderão participar pelos outros canais já informados.
11. Dúvidas sobre as presentes informações deverão ser esclarecidas através do celular Tim: (21) 69509678
12. Transmissão: O evento será transmitido em tempo real pela Rádio Contraponto. Clique no link abaixo para ouvir/curtir o som mais claro da Web: www.exaluibc.org.br:8002/stream
13. Os ouvintes poderão participar fazendo breves observações ou perguntas através dos seguintes canais:
E-mail: ouvintescontraponto@gmail.com
Twitter: @r_contraponto
Telefone: (21) 3879-4829
Celular Tim: (21) 6958-6832
PARTICIPEM!

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Baiana com Síndrome de Down é a primeira a concluir universidade no estado

A jovem Amanda Amaral Lopes, de 24 anos, é a primeira pessoa com Síndrome de Down da Bahia a concluir curso de nível superior. A colação de grau está marcada para a próxima quinta-feira (23), em Vitória da Conquista. “Sonhar é preciso. “É só acreditar que um dia o sonho se transforma em realidade”. Este é um dos trechos da mensagem do convite de formatura da estudante que será diplomada em Biologia pela Faculdade de Tecnologia e Ciências (FTC).
Amanda Amaral formanda com Síndrome de Down
Amanda Amaral, formanda com Síndrome de Down
E a universitária já faz planos para o futuro. “O que quero é atuar na área de pesquisa científica, me especializar em genética”. Determinada a jovem promete alçar voos mais altos. “Sonho em trabalhar com Zan Mustacchi”, revela, referindo-se a um dos médicos geneticistas mais reconhecidos no Brasil e que atende pacientes com down há mais de 30 anos.
A estudante não é a primeira pessoa com Síndrome de Down a concluir um curso de nível superior no país. No ano passado, o paulista João Vitor, de 26 anos, colou grau no curso de Licenciatura em Educação Física, em Curitiba, e em 2009 ele concluiu o bacharelado na mesma área.
Preconceito
Na Bahia, a Serdown, associação que reúne pais de pessoas com a síndrome, promove ações quefacilitem o desenvolvimento afim de incluí-las na sociedade. Para o auditor José Raimundo Mota, pai de uma garota com down, a sociedade não pode mais enxergar a síndrome como uma doença. “As pessoas com down devem ser vistas como outras tantas que se vê nas ruas, nos shoppings, nos parques”.
Para Amanda, que também já sofreu e ainda sofre preconceitos, o mais importante é nunca desistir de seus objetivos. “Se você ouvir um não, deve sempre seguir em frente”.
Fonte: iBahia.com

Cavenaghi lança veículo de passeio para transporte de cadeirantes

Spin adaptado conta com rabaixamento do piso para facilitar o acesso
A Cavenaghi desenvoleu um sistema exclusivo que transportar com conforto um cadeiro e quatro outros passageiros. O modelo adaptado é o Spin Acessível e conta com o rebaixamento do piso, que permite ao cadeirante acesso ao veículo pela parte traseira sem precisa sair da cadeira de rodas. A novidade permite, além da praticidade, uma interação com os demais ocupantes do veículo.
 Rampa de acesso tem ângulo de entrada adequado para rolagem da cadeira de rodas.
Rampa de acesso tem ângulo de entrada adequado para rolagem da cadeira de rodas.
O modelo da Chevrolet conta com rampa de acesso em alumínio, com ângulo de entrada adequado para rolagem da cadeira de rodas e facilita tanto a entrada quanto a saída. Os fixadores para das rodas dianteiras e traseiras são automáticos. O porta-malas pode ser totalmente aproveitado com a rampa de acesso recolhida horizontalmente, na ausência da cadeira.
Fonte: Portal Vrum

A Escola Inclusiva do Século XXI

“Para entender é preciso esquecer quase tudo o que sabemos. A sabedoria precisa de esquecimento. Esquecer é livrar-se dos jeitos de ser que se sedimentaram em nós, e que nos levam a crer que as coisas têm de ser do jeito como são. (…)”. (Rubem Alves)
O movimento inclusivo já é real em alguns lugares. A sociedade está sofrendo mudanças fundamentais precisam ser efetivadas e adaptadas às novas exigências, como a capacidade solidária entre as pessoas.
O homem mudou consideravelmente a sua história, seus rumos, seu eco-sistema, muitas foram às modificações ocorridas pelos avanços da ciência, contudo há muitas pessoas em grave sofrimento, quer seja por fome, desamparado, injustiça social, preconceito, perseguição política, tragédias dentre outros fatos sociais.
Percebemos cada vez mais textos e publicações falando de inclusão, seus benefícios, seus sucessos quer sejam no âmbito da educação, no mundo do trabalho ou nas relações entre pessoas, mas carecemos de mudanças que caminham ainda a passos curtos.
A sociedade do terceiro milênio é uma sociedade em que não há mais espaço para a exclusão. A inclusão é um dos princípios fundamentais para a transformação humanizadora desta sociedade do terceiro milênio.
É ainda muito difícil pensar que a educação tem seu movimento lento, porque exatamente seu objeto de intervenção é a criança, e sendo ser humano temos tempo para maturar tudo e isso leva anos. Qualquer que seja a transformação na educação ela é paulatina, mas isso não impede de construirmos atitudes e práticas em nosso cotidiano com o devido tempo e cuidado.
A escola urge em sua mudança estrutural, é impossível falarmos de Educação Inclusiva com as escolas ainda funcionando com séries, currículos fechados e ou adaptações curriculares e avaliações formatadas, com professores trabalhando sozinhos e com práticas reducionistas ou adaptadas.
Urgimos da mudança de funcionamento do sistema escolar por ciclos, currículos individuais, progressão continuada, avaliações continuas e auto-avaliações, respeitando a individualidade de TODOS os alunos. Uma educação pautada na cooperação, na criatividade, na reflexão crítica, na solidariedade, uma educação libertária e emancipadora.
Avançando nas práticas inclusivas
De acordo com o Seminário Internacional do Consórcio da Deficiência e do Desenvolvimento (International Disability and Development Consortium – IDDC) sobre a Educação Inclusiva, realizado em março de 1998 em Angra, na Índia, um sistema educacional só pode ser considerado inclusivo quando abrange a definição ampla deste conceito, nos seguintes termos:
  • Reconhece que todas as crianças podem aprender;
  • Reconhece e respeita diferenças nas crianças: idade, sexo, etnia, língua, deficiência/inabilidade, classe social, estado de saúde (HIV, Tuberculose, Hemofilia, Hidrocefalia, ou qualquer outra condição);
  • Permite que as estruturas, sistemas e metodologias de ensino atendam as necessidades de todas as crianças;
  • Faz parte de uma estratégia mais abrangente de promover uma sociedade inclusiva;
  • É um processo dinâmico que está em evolução constante;
  • Não deve ser restrito ou limitado por salas de aula numerosas nem por falta de recursos materiais.
Estas perspectivas históricas levam em conta a evolução do pensamento acerca das pessoas com deficiência ao longo dos últimos cinqüenta anos, no entanto, elas não se desenvolvem simultaneamente em todos os países, e conseqüentemente retrata uma visão histórica global que não corresponde ao mesmo estágio evolutivo de cada sociedade.
Estas perspectivas são descritas segundo Peter Clough:
  1. O Legado Psico-médico ou clínico: (predominou na década de 50) vê o indivíduo como tendo de algum modo um deficit/patologia e por sua vez defende a necessidade de uma educação especial para aqueles indivíduos.
  2. A Resposta Sociológica: (predominou na década de 60) representa a crítica ao legado psico-médico, e defende uma construção social de necessidades educativas especiais.
  3. Abordagens Curriculares: (predominou na década de 70) enfatiza o papel do currículo na solução e, para alguns escritores, eficazmente criando – dificuldades de aprendizagem.
  4. Estratégias de Melhoria da Escola: (predominou na década de 80) enfatiza a importância da organização sistêmica detalhada na busca de educar verdadeiramente.
  5. Crítica aos Estudos da Deficiência: (predominou na década de 90) frequentemente elaborada por agentes externos à educação, elabora uma resposta política aos efeitos do modelo exclusionista do legado psico-médico.
Um acordo foi celebrado em 25 de agosto de 2006 em Nova Iorque, por diversos Estados em uma convenção preliminar das Nações Unidas sobre os direitos da pessoa com deficiência o qual realça, no artigo 24, a Educação Inclusiva como um direito de todos.
O artigo foi substancialmente revisado e fortalecido durante as negociações que começaram há cinco anos. Em estágio avançado das negociações, a opção de educação especial (segregada do ensino regular) foi removida da convenção, e entre 14 e 25 agosto de 2006, esforços perduraram até os últimos dias para remover um outro texto que poderia justificar o segregação de estudantes com deficiência. Após longas negociações, o objetivo da inclusão plena foi finalmente alcançado e a nova redação do parágrafo 2 do artigo 24 foi definida sem objeção.
Cerca de sessenta delegações de Estado e a Liga Internacional da Deficiência (International Disability Caucus), que representa cerca de 70 organizações não governamentais (ONGs), apoiaram uma emenda proposta pelo Panamá que obriga os governos a assegurar que: as medidas efetivas de apoio individualizado sejam garantidas nos estabelecimentos que priorizam o desenvolvimento acadêmico e social, em sintonia com o objetivo da inclusão plena.
A Convenção Internacional sobre Pessoas com Deficiência é o primeiro tratado dos direitos humanos do Século XXI e é amplamente reconhecida como tendo uma participação da sociedade civil sem precedentes na história, particularmente de organizações de pessoas com deficiência.
Elementos significativos do artigo 24 da instrução do esboço:
  • Nenhuma exclusão do sistema de ensino regular por motivo de deficiência;
  • Acesso para estudantes com deficiência à educação inclusiva em suas comunidades locais;
  • Acomodação razoável das exigências indivíduais;
  • O suporte necessário dentro do sistema de ensino regular para possibilitar a aprendizagem, inclusive medidas eficazes de apoio individualizado.
Barreiras ao Ensino Inclusivo:
  • Atitudes negativas em relação à deficiência;
  • Invisibilidade na comunidade das crianças com deficiência que não freqüentam a escola;
  • Custo;
  • Acesso físico;
  • Dimensão das turmas;
  • Pobreza;
  • Discriminação por gênero;
  • Dependência (alto nível de dependência de algumas crianças com deficiência dos que as cuidam).
Aliás, Educação Inclusiva, é na realidade uma redundância, visto que educação prevê-se atender a todos, mas a história nos conta outra versão. Uma versão altamente influenciada pelo poder, este que institui, institucionaliza, normatiza, pune e separa as pessoas das outras.
“(…) São extraordinários os esforços que estão sendo feitos para fazer nossas linhas de montagem chamadas escolas tão boas quanto às japonesas. Mas o que eu gostaria mesmo é de acabar com elas. Sonho com uma escola retrógrada, artesanal…
Impossível? Eu também pensava. Mas fui a Portugal e lá encontrei a escola com que sempre sonhara: a Escola da Ponte (dirigida pelo educador José Pacheco). Encantei-me vendo o rosto e o trabalho dos alunos: havia disciplina, concentração, alegria e eficiência.
(…) Disse, numa outra crônica, que quero escola retrógrada. Retrógrado quer dizer “que vai para trás”. Quero uma escola que vá mais para trás dos “programas” científicos e abstratamente elaborados e impostos. Uma escola que compreenda como os saberes são gerados e nascem. Uma escola em que o saber vá nascendo das perguntas que o corpo faz. Uma escola em que o ponto de referência não seja o programa oficial a ser cumprido (inutilmente!), mas o corpo da criança que vive, admira, se encanta, se espanta, pergunta, enfia o dedo, prova com a boca, erra, se machuca, brinca. Uma escola que seja iluminada pelo brilho dos inícios. * Correio Popular, Caderno C, 14/05/2000 – texto publicado originalmente com o título: “Quero uma escola retrógrada”, Rubem Alves.
Para Foucault, o poder é algo que circula pelo social, não permanece em lugar único na sociedade. É relacional, ou seja, está numa relação de forças constante, com diferença de potencial. É dinâmico, pode ser invertido a qualquer momento. Se for uma relação, é preciso haver uma cumplicidade. Onde há saber, há poder. Mas é importante acrescentar: onde há poder, há resistência. Se por um lado novos saberes, novas tecnologias ampliam e aprofundam os poderes na sociedade disciplinar em que vivemos – pensemos no alcance dos meios de comunicação de massa como possíveis formas de controle e manipulação – por outro, sujeitos cada vez mais conscientes lutam contra as forças que tentam reduzí-los a objetos, contra toda heteronomia, contra as múltiplas formas de dominação sempre criativas e renovadas.
As diversas formas de resistência se articulam em rede nas lutas pela auto-determinação pela conquista efetiva da democracia, nas denúncias contra o racismo e o sexismo, nas revoltas contra toda forma de discriminação, exclusão e violência, na preocupação com a ecologia e a reflexão crítica sobre os limites éticos das conquistas científicas e tecnológicas.
Estamos todos envolvidos nessas lutas e nossa participação consciente e lúcida, lá onde nos encontramos, na vida cotidiana, em nossa prática, no trabalho, nas instituições, precisa ser animada pela esperança de sucesso da construção de uma nova sociedade onde saberes e poderes estejam a serviço do “cuidado de si”, do “cuidado dos outros” e do “cuidado da vida”.
Paulo Freire (2001) escreveu em sua obra “Pedagogia do Oprimido”:
“Somente quando os oprimidos descobrem, nitidamente, o opressor, e se engajam na luta organizada por sua libertação, é que começam a crer em si mesmos, superando, assim sua convivência com o opressor”.
Portanto, de que tempo estamos falando? De que escola? De que currículo? De que avaliação? E para quem? A quem servimos?
Michel Foucault em sua obra “Vigiar e Punir” (1999) refere-se à organização do tempo como uma forma de controle da atividade humana. Para este autor, a existência de horários é uma herança das comunidades monásticas que detalhavam os tempos de seus dias, obrigavam a determinadas ocupações e estabeleciam ciclos de repetição.
A partir das modificações trabalhistas que ocorrerão especialmente no início do século XIX, o tempo passa a ter um caráter de utilidade; nas fábricas deve-se “garantir a qualidade do tempo empregado: controle ininterrupto, pressão dos fiscais, anulação de tudo o que possa perturbar e distrair; trata-se de constituir um tempo integralmente útil”.
Segundo o autor, a partir especialmente dos séculos XVII e XVIII, a noção de disciplina passou a adquirir o caráter de dominação.
O ser humano passou a ter seu corpo e seu comportamento manipulados pelo poder, que se utilizou, dentre outras formas de controle, da organização do tempo, o que permitiu uma utilização mais eficiente do mesmo e das atividades humanas. Esse controlepossibilitou uma intervenção contínua, permitindo a correção, a eliminação e o castigo.
Na maioria das nossas escolas esta herança permanece nas rotinas da estrutura escolar, nas atitudes do cotidiano, na perpetuação das práticas pedagógicas sem sentido, na repetência dos alunos, na seriação, nas adaptações curriculares e nas avaliações formatadas. Tudo dentro de um sistema que requer tempo, punição e repetição.
O tempo escolar pode ser entendido como um dos aspectos da cultura escolar; é um tempo específico, diferente de outros tempos; é institucional e organizativo; é parte de uma organização cultural e específica e como tal, resulta de uma construção histórica.
A arquitetura temporal, assim como a espacial, conforma e é conformada pelas concepções pedagógicas de cada momento histórico. Tempo e espaço são elos de uma mesma corrente de formação; ambos orientam condutas e organizam atividades, determinam o aceitável e o impróprio, permitem e negam determinados comportamentos. Assim, a organização destes elementos acaba se subordinando às premissas da ciência do momento considerado; a prática educativa torna-se um instrumento de coerção civilizatória.
A cronologia compara e integra movimentos que não estão presentes em simultaneidade; estabelece relações entre o passado e o futuro. Como a relevância do tempo depende da capacidade para mediar às relações entre o passado e o futuro de um presente, a cronologia promove, por si mesma, uma determinada experiência e consciência temporal que se articula a partir dela. Assim como a idéia de tempo pode ser única e plural a um só tempo, há também tempos individuais e coletivos, e há tempos institucionalizados, dentre estes, o tempo escolar.
A criança experimenta desde cedo o caráter coercitivo do tempo. Ao crescer, aprende a interpretar os códigos temporais e a pautar sua conduta sob sua orientação; para desempenhar seu papel na sociedade deverá aprender a desenvolver um sistema de autodisciplina de acordo com esta instituição social.
Para Frago, a transformação da coerçãoexercidapelo tempopadronizado num sistema de autodisciplinailustra “a maneira como o processo civilizador contribui para formar os hábitos sociais que são parte integrante de qualquer estrutura de personalidade.”
A escola torna-se, no mundo civilizado, um dos mais importantes meios de aprendizagem destes signos temporais.
O tempo escolar não é uma estrutura neutra; é um dos instrumentos mais poderosos para generalizar uma idéia de tempo como algo mensurável e objetivo que traz implicitamente determinadas concepções pedagógicas; proporciona uma visão da aprendizagem como processo de seleção e opções, de ganhos e perdas, de avanços e progressos.
Michel Foucault observa que especialmente a partir do século XVIII, o tempo (e o espaço) é reorganizado em função do que ele chama de poder disciplinar. Essa nova organização do tempo, de um tempo disciplinar, se impõe pouco a pouco à prática pedagógica, citando o autor:
“(…) especializando o tempo de formação e destacando-o do tempo adulto, do tempo do ofício adquirido; organizando diversos estágios separados uns dos outros por provas graduadas; determinando programas, que devem desenrolar-se cada um durante uma determinada fase, e que comportam exercícios de dificuldade crescente; qualificando os indivíduos de acordo com a maneira como percorreram essas séries. O tempo “iniciático” da formação tradicional (…) foi substituído pelo tempo disciplinar com suas séries múltiplas e progressivas. Forma-se toda uma pedagogia analítica, muito minuciosa. (…) Cada programa deve ser cumprido no seu tempo. Cada elemento constituinte do processo educativo deve ter a consciência das exigências do “tempo”; seu comportamento deverá estar pautado pelas determinações do controle disciplinar. Aqueles que, de alguma forma, não se adequarem a estas formas serão excluídos. (1999)
Esta forma de organizar e controlar a utilização do tempo permite um controle detalhado do processo de aprendizagem, assim como dos indivíduos que a ele estão ligados. Desta maneira, a intervenção por parte daquele que dirige o processo torna-se mais precisa; a qualquer momento é possível corrigir e normalizar.
As avaliações, provas graduais são também mecanismos para marcar e controlar o tempo, distinguindo os diversos níveis de aprendizagem. Elas possibilitam o controle da aplicação dos programas pré-estabelecidos pelo currículo. A esse respeito, as escolas procuram estabelecer normas que permitam à direção o controle do cumprimento do programa e da situação dos alunos frente a este programa. É mais uma demonstração de que o tempo escolar procura, em sua própria especificidade, regulamentar os tempos individuais; ele é, ao mesmo tempo, pessoal e institucional. É um tempo que deve ser interiorizado.
O tempo escolar reflete também formas da gestão da escola, ele é percebido de modo diferente pelos membros dos estabelecimentos docentes. As divisões por série, as subcategorizações de classes (recuperação paralela, de apoio, de recursos, de aceleração, de gênero, de etnia, etc.), determinam a diversidade de percepção e vivência do tempo e do espaço.
Um exemplo que temos são as chamadas classes de aceleração, que “aceleram o tempo” escolar destas crianças que estão em defasagem idade/série. Na realidade foram estas crianças que “perderam seu tempo” por um ensino que não atendeu suas reais necessidades, mas novamente são elas a serem “punidas e excluídas” em classes separadas, em nome da adequação do sistema educacional. O que constatamos nestes grupos de crianças e jovens, são as diferenças sociais e neste caso de hierarquia, acabam por justificar tratamentos não equivalentes, diversidade esta que também é aprendida e interiorizada desde a infância.
A idéia de tempo útil apresenta-se nas instituições escolares como um reflexo desta concepção no mundo moderno; o professor deve maximizar a utilização do tempo e recebe uma série de orientações que podem indicar sanções no caso do não cumprimento da boa utilização do tempo.
A distribuição do horário das aulas dentro da semana está ligada ao tempo, às exigências do mundo moderno e às questões internas da escola, como o cumprimento dos programas das disciplinas.
Esta organização do tempo reflete determinadas concepções higienistas; assim como o espaço era passível de uma análise que deveria considerar a iluminação, o arejamento, a distribuição equilibrada dos corpos, o tempo deve ser também considerado dentro dos princípios de Higiene e Saúde. Justifica-se assim a existência dos períodos de férias, dos horários de recreio, dos intervalos. A distribuição do horário acaba por determinar também as dualidades: trabalho e descanso, tempo de aprender e de brincar, de silenciar e de falar. Os horários indicam ainda uma hierarquia de disciplinas pelo tempo a elas destinado. Assim, cabe lembrar que o tempo escolar educa e conforma, orientado por outros tempos sociais; ele condiciona e é condicionado pelo ritmo da vida social e é um dos primeiros tempos úteis a ser percebido pelas crianças.
“É pela imposição de um ritmo próprio, escolar, marcado por sinais (como sinetas, gestos e olhares dos/as professores/as etc.) e pela delimitação do que pertence à sala de aula e o que fica fora dela, que se treinam os sujeitos para a aquisição de uma postura e uma disposição vistas como condizentes às atividades intelectuais e reflexivas. (Louro, 2000)
Na escola aprende-se que há um lugar e um tempo para cada coisa; há comportamentos permitidos e proibidos, há normas que determinam o possível, ainda que sofram transgressões. Determina-se através das regras estabelecidas em cada instituição, o que se considera adequado à conduta de cada elemento. Assim, além de inculcar determinadas concepções sobre o tempo que devem ser interiorizadas, a escola acaba criando mecanismos de conformação às condutas esperadas.
A organização do tempo escolar promove, através do estabelecimento de regras de comportamento, a aprendizagem de uma visão da escola como instituição com identidade própria, dotada de normas e códigos específicos.
“Exercitar, repetir, prestar atenção, fazer fila etc. são todas formas de expressão do tempo escolar que, além de aprisionar o conhecimento em uma teia de processos de ensino e estratégias de aprendizagem, articulam-se com uma rede disciplinar.” (Souza, 1998)
As formas de mensuração do tempo e a força da presença desta mensuração acabam promovendo a existência de comportamentos que caracterizariam uma “segunda natureza” (Viñao Frago, 1994), pois se os comportamentos pautados pelo tempo não são característicos do ser humano, tornam-se parte de sua conduta através da interiorização de um símbolo social.
Conclui-se assim que a escolarização não implica somente a aprendizagem ou de conteúdos específicos principalmente, a aprendizagem de determinadas concepções do tempo e do espaço. Como observa Viñao Frago:
“Considerar alguém “alfabetizado” em termos escolares pressupõe a interiorização do sentido imperativo do tempo”.
Professor José Pacheco (2006), nos trouxe a luz a Escola da Ponte, apresentando uma proposta de mudança de paradigma do funcionamento da escola.
Segundo o autor, em seu artigo “Resignificar a Escola” diz o seguinte:
“(…)Para que se concretize a inclusão é indispensável a alteração do modo como muitas escolas estão organizadas. Para que a inclusão passe a ser mais do que um enfeite de teses, será preciso interrogar práticas educativas dominantes e hegemonicas. Será preciso reconfigurar as escolas.
No passado, como nos nossos dias, há escolas cativas de vícios e ancoradas em práticas obsoletas, geradoras de insucesso. Há mais de um século, como hoje, há professores que se interrogam e tentam melhorar as escolas. Mas há, também, “dadores” de aulas que recusam interrogações e que impedem que as escolas melhorem.
Quando serão postos em prática os princípios de escola inclusiva enunciados, há dez anos, na Conferência de Salamanca?
Quando se deixará de centrar o problema no aluno, para centrar numa gestão diversificada do currículo?
Quando cessará a intervenção do especialista, num canto da sala de aula, e se integrará o especialista numa equipa de projeto?
Quando se concretizará uma efetiva diversificação das aprendizagens, que tenha por referência uma política de direitos humanos, que garanta oportunidades educacionais e de realização pessoal para todos?
Por muito que isso desespere os adeptos do pensamento único, eu sei que é possível concretizar a utopia de uma escola que dê garantias de acesso e de sucesso a todos (e com excelência acadêmica!). E sei (como outros sabem) que isso é possível… na prática! Sabemos que há muitos professores conscientes da falência do tradicional modelo de organização e de que urge reconfigurar as escolas. Quantos professores eu conheço capazes de desconstruir estereótipos e de operar essa reconfiguração!
Perguntar-se-á, então: O que impede que o façam?
Por que não mudam as escolas?”
Portanto, o artigo se propôs a uma reflexão crítica, um chamamento a realidade do funcionamento da instituição escola, a quem estamos servindo, de que maneira administramos nosso tempo, pensem sobre que tempo estamos falando e nas atitudes que podem ser tomadas no PRESENTE para a escola mudar e atender a TODOS com dignidade!
Referências Bibliográficas
  • ELIAS, Norbert. Sobre o tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
  • FERREIRA, Valéria Milena Röhrich e ARCO-VERDE, Yvelise Freitas de Souza. Chrónos & Kairós: o tempo nos tempos da escola. Educar em revista.
  • FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir–nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes.
  • GOFFMAN, Erving; Manicômios, Prisões e Conventos. Perspectiva, São Paulo.
  • Estigma: Notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Perspectiva, São Paulo, 1980.
  • LOURO, Guacira Lopes. A escola e a pluralidade dos tempos e espaços.
  • COSTA, Marisa Vorraber (org.) Escola básica na virada do século – cultura, política e currículo. São Paulo: Cortez, 2000.
  • PACHECO, José (org.). Caminhos para a inclusão: um guia para aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
  • PHILLIPPE, Perrenoud. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.
  • Construir as competências desde a escola. Porto Alegre: Artmed, 1999.
  • A pedagogia na escola das diferenças: fragmentos de uma sociologia do fracasso. Porto Alegre: Artmed, 2001.
  • SOUZA, Rosa Fátima de. Templos de civilização – a implantação da escola primária graduada no estado de São Paulo (1890-1910). São Paulo: UNESP, 1998.
  • VIÑAO FRAGO, Antonio Del espacio escolar y la escuela como lugar: propuestas e cuestiones. Historia de la educación. Volumes XII-XIII, Madri, 1993-94.
  • Historia de la educación e historia cultural – posibilidades, problemas, cuestiones. Revista Brasileira de Educação. São Paulo.
  • Educação Inclusiva – Wikipedia.
Fonte: Planeta Educação
Marina da Silveira Rodrigues Almeida – Graduação em Psicologia pela UNISANTOS, Pedagoga em Educação Especial pelo Centro de Estudos Superiores do Carmo, Fundadora do Instituto Inclusão Brasil, Consultora em Educação Inclusiva e publicou vários livros sobre o tema.