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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Garota de 10 anos corta cabelo pela 1ª vez para doar a amiga com câncer



Cecília e a filha Ashley, que doou os cabelos para Bruna, que tem câncer, ao lado de sua mãe, Luciana (Imagem: Correio Popular)
Cecília e a filha Ashley, que doou os cabelos para Bruna, que tem câncer, ao lado de sua mãe, Luciana (Imagem: Correio Popular)
Doadora é filha de artistas de circo e deu presente para despedir da colega. Encontro ocorreu em Campinas, onde Bruna faz tratamento contra a doença.
Filha de um casal de artistas circenses, a pequena Katherine, de 10 anos, decidiu cortar pela primeira vez as longas madeixas para virar “irmã de cabelo” de uma garota que conheceu em Campinas (SP) durante a passagem do circo pela cidade. A nova amiga de Kathe, Bruna, ficou careca durante o tratamento contra um câncer, mas, ganhou de presente os fios loiros da amiga. O presente foi entregue nesta segunda (26) em uma loja de perucas, pouco antes da família de circo deixar a cidade.
Katherine nunca tinha cortado o cabelo tão curto (Foto: Divulgação / Arquivo pessoal)
Katherine nunca tinha cortado o cabelo tão curto
(Foto: Divulgação / Arquivo pessoal)
O caminho das duas garotas se cruzou quando Bruna conheceu a mãe de Katherine, que é dançarina do Circo Tihany, que esteve em temporada em Campinas nos dois últimos meses. A trupe visitou o Centro Infantil Boldrini, instituição de apoio a crianças com câncer, onde Bruna recebe tratamento. A campineira sempre gostou de circo e chegou aprender vários números, embora nunca tenha convivido com um picadeiro.
“Eu fazia tecido acrobático, aprendi lira também, fazia malabarismo, andava de perna de pau e fazia trapézio também”, contou a garotinha. Ao saber da paixão da garota, o circo a convidou para conhecer os bastidores do espetáculo. Foi durante a visita que ela e Katherine se conheceram.
A dançarina Cecília Delgado conta que nunca permitiu que a filha cortasse o cabelo porque achava bonitos os fios longos e louros dela. Já Katherine diz que sempre teve vontade de cortá-los e viu na doação à nova amiga a oportunidade perfeita.
“Meus pais diziam que meu cabelo era muito lindo e que eu parecia a Rapunzel. Eu nunca cortei porque eles não deixavam, mas eu sempre quis
Cabelo veio embrulhado em pacote de presente (Foto: Marcio Silveira / EPTV)
Cabelo veio embrulhado em pacote de presente
(Foto: Marcio Silveira / EPTV)
cortar mesmo. Fiquei muito feliz [de ver Bruna experimentando o cabelo]”, disse. Os fios foram doados em um embrulho de presente e as duas fizeram a despedida em uma loja onde experimentaram várias perucas enquanto o cabelo de Katherine transformavam em um aplique para a amiga.
Para a mãe de Bruna, a atitude da “irmã de cabelo” da filha dela une as duas famílias para sempre. “Nós ficamos muito encantados com a atitude da Kathe e da Cecília, que sempre nos acolheu muito bem e nós só temos a agradecer. Vamos lembrar desta atitude para toda a vida” Luciana Alves.
Para a mãe da doadora, o presente foi uma forma da família se despedir da cidade que os recebeu tão bem durante a permanência do circo. “Dá muita tristeza de ir embora porque Campinas recebeu a gente muito bem. É uma cidade linda, as pessoas muito calorosas”, falou Cecília.
Fonte: G1
"Irmãs de cabelo" posam para foto em loja de perucas em Campinas  (Foto: Marcio Silveira / EPTV)
“Irmãs de cabelo” posam para foto em loja de perucas em Campinas (Foto: Marcio Silveira / EPTV)

Estado ainda é carente de ações voltadas às pessoas com deficiência

Acessibilidade significa permitir que toda a parcela da sociedade com necessidades especiais – e isso inclui idosos, pessoas com deficiências físicas e mentais diversas, pessoas com obesidade, entre outros – tenham direito e acesso plenos a todo tipo de produto, serviço e informação. É possibilitar uma sociedade plenamente acessível a todos seus membros, com as mínimas restrições possíveis.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada em 1948, foi o que abriu caminho para a criaçãode leis que beneficiassem pessoas com deficiência no mundo inteiro. Desde então, o Brasil têm seguido as recomendações da ONU (Organizaçãos das Nações Unidas) e criado diversas leis com a intenção de garantir os direitos dos deficientes, como por exemplo a legislação que reserva 20% das vagas de concurso público a portadores de necessidades especiais ou a lei que isenta os deficientes do Imposto sobre Produtos industrializados para a compra de automóveis.
Apesar disso, a profa. da Universidade Federal de Goiás Dulce Barros de Almeida acredita que pessoas com deficiência física continuam tendo seus direitos desrespeitados. Autora de dissertações e participante de simpósios e seminários sobre acessibilidade e inclusão de deficiente, Dulce entende que as legislações são necessárias mas a situação ainda está longe do ideal. “As leis são importantes enquanto instrumento legal de luta, mas elas apenas servem para fortalecer o discurso demagógico do Estado e atendem interesses de projeção política. É preciso garantir que essas leis sejam cumpridas e aplicadas”, afirma.
Segundo estimativas da ONU e do Corde (Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência), dos aproximadamente 24,5 milhões de deficientes no Brasil, apenas 10% são plenamente atendidas pelo Estado no que diz respeito a direitos básicos – como ir e vir. Ou seja: são 22 milhões de pessoas que não fazem uso de direitos garantidos contitucionalmente. Ainda este ano, durante o pleito eleitoral, houve registros de eleitores que não conseguiram votar porque os colégios eleitorais não tinham rampas de acessos a deficientes. O estudante de engenharia Gustavo Gallini Silveira, de 23 anos, acredita que as cidades têm ficado mais acessíveis aos portadores de deficiência, mas diz ainda enfrentar muitas dificuldades para se locomover. Gallini é paraplégico há nove anos e, desde então, usa uma cadeira de rodas para locomoção. “Quando fi quei paraplégico, a cidade [de São Paulo] era bem menos adaptada e eu tinha muito mais dificuldade de andar por ela. Houve um progresso, mas mesmo assim as rampas ainda são raras e poucos ônibus têm elevadores especiais, fora a falta de adaptações para outros tipos de deficiências, como as visuais e auditivas”, afi rma Gallini.
A acessibilidade tecnólogica também é um direito das pessoas com necessidades especiais. Os princípios de acessibilidade da web são aqueles que garantem que todos os elementos da página possuam identificação escrita e que possam ser acessados pelo teclado. Assim, programas especiais dão conta, por exemplo, de transformar o conteúdo da tela em áudio, para permitir o acesso por deficientes auditivos.
A profa. Dulce Almeida de Barros frisa a importância das pessoas com necessidades especiais lutarem por seus direitos. Para ela, “a sociedade deve se engajar na luta pela igualdade. Acessibilidade não é um conceito que diz respeito apenas às pessoas com deficiência física – significa permitir que todas as pessoas possam exercer plenamente os direitos assegurados pela Constituição, e isso inclui toda a população”. A professora lembra que a acessibilidade também é direito dos idosos. “Esse grupo [os idosos] também enfrenta problemas devido à falta de acessibilidade nos centros, e devemos nos lembrar que todos nós caminhamos para a terceira idade”, alerta.
Em 1990, a Resolução 45/91 da ONU deixou explícita a necessidade das leis de acessibilidade passarem do discurso para a prática. De acordo com Dulce, é crucial que os governantes se preocupem mais em agir do que em criar leis. “A sociedade deve ser para todos e a criação de leis não resolve o problema. As formas de convívio dos grupos minoritários com relação à sociedade como um todo diz muito do nível de civilidade dessa sociedade. É necessário resgatar o princípio maior da Declaração Universal dos Direitos Humanos: ‘Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos’“, finaliza.
Fonte: Ana Paula Freitas, Universidade Metodista de São Paulo

Motorista cego bate recorde mundial de velocidade em moto



Stuart Gunn é o cego e deficiente físico mais rápido do mundo em uma motocicleta.
O escocês de 39 anos de idade bateu o recorde de velocidade no sábado, quando atingiu 268 km/h, em North Yorkshire, no norte da Inglaterra.
“Estou em êxtase. É Absolutamente fascinante”, disse Gunn à mídia local.
Ele superou o recorde anterior estabelecido, de 264 km/h, obtido em 2003 pelo também cego, e ex-soldado britânico, Billy Baxter.
O pai do piloto, Geoff Gunn, acompanhou o filho durante a prova, e o guiou através de um sistema de intercomunicação.
O pai de Stuart (à direita) acompanhou o piloto durante a prova em que atingiu 268 km/h. Foto: Stuart Gunn
O pai de Stuart (à direita) acompanhou o piloto durante a prova em que atingiu 268 km/h. Foto: Stuart Gunn
Um ataque surpresa
A história de Stuart Gunn é de superação.
Há 11 anos, ele ficou gravemente ferido em um acidente de moto que o deixou parcialmente paralisado. Anos mais tarde, convulsões relacionadas ao acidente o deixaram cego.
Surpreendentemente, ele decidiu que a melhor coisa a fazer seria subir novamente numa moto, e conduzi-la o mais rápido possível.
Quando, no final do ano passado, Gunn se preparava para bater o recorde de velocidade, ele sofreu uma agressão.
Ele foi atacado de surpresa em sua própria casa.
O piloto contou à BBC que estava esperando pelo correio quando abriu a porta e um homem o atacou, cortando seu rosto antes de roubar seus pertences.
Gunn disse que o incidente o deixou abalado, mas que estava determinado a conquistar o seu objetivo.
Mensagem positiva
O piloto contou que no sábado o vento era tão forte que ficou surpreso ao ouvir que ele havia conseguido quebrar o recorde.
“Espero que isso mostre que ser cego, ou deficiente físico, não significa que uma pessoa deva alterar ou limitar sua vida”, Gunn disse à jornalistas locais.
Em sua conta no Twitter, o escocês escreveu um “Whoooohaaaa!” para celebrar a vitória que selou uma grande conquista e representou um novo momento em sua carreira como motociclista.
Fonte: UOL

Quebrando barreiras: Kica de Castro, com nova exposição fotográfica em Piracicaba



Modelo Tatiana Rolim, brincando com sua filha Maria Eduarda.Carina Queiroz, em desfile inclusivo em Goiânia.
Modelo Tatiana Rolim, brincando com sua filha Maria Eduarda.Carina Queiroz, em desfile inclusivo em Goiânia (Fotos: Kica de Castro)
Por Rodrigo Alves
Mostra fotográfica abre o Fórum Municipal da pessoa com deficiência. Imagens da fotógrafa Kica de Castro, que tem uma agência de modelos para pessoas com deficiência, podem ser vistas no Shopping Piracicaba até dia 3 de setembro.
Contribuir para a transformação social de deficientes é a proposta do Fórum Municipal Permanente da Pessoa com Deficiência. Fruto de decreto do vereador André Bandeira (PSDB), aprovado pela Câmara de Vereadores de Piracicaba em 2006, o fórum inclui a Semana da Acessibilidade e Inclusão, aberta nesta terça-feira (27) com a exposição Beleza que Quebra Barreiras, no Shopping Piracicaba. Palestras, debates, caminhada, entregas de homenagens e atividades culturais compõem a programação até 21 de setembro, em vários pontos da cidade.
“Sou vítima da violência no trânsito e quero incentivar as pessoas com deficiência. Elas precisam participar, sair de casa, mostrar a cara, se apresentar para o mundo”, diz Bandeira, ao citar dados de 2010 divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A estimativa é que 46 milhões de brasileiros (24% da população no país) tenha algum tipo de deficiência: mental, motora, visual ou auditiva.
1ª foto: Família Yamashita, da empresa Mãe Especial. 2ª foto: Modelo Vera Garcia, do blog Deficiente Ciente
1ª foto: Família Yamashita, da empresa Mãe Especial. 2ª foto: Modelo Vera Garcia, do blog Deficiente Ciente. 3ª foto: modelo Renata Paiva (Fotos: Kica de Castro)
Outra intenção do vereador é despertar a consciência a partir de uma ampla discussão, que passa por assuntos como acessibilidade e inclusão. “As pessoas precisam acordar, dar a devida retaguarda no atendimento, onde quer que seja. Os deficientes também comem, se vestem, querem ir ao teatro, precisam de suas horas de lazer. A sociedade precisa proporcionar a acessibilidade desse público e recebê-lo com dignidade”, completa Bandeira.
A mostra aberta hoje no Shopping Piracicaba traz o olhar artístico da fotógrafa paulistana Kica de Castro e pode ser vista na Praça de Eventos, no corredor das lojas Siberian e HBF. A exposição contém 36 imagens. “Ao percorrer as fotografias, o público percebe primeiro a pessoa, a sua beleza e naturalidade, e não a deficiência. Com isso, a gente desperta a reflexão de que, apesar das limitações, é possível exercer qualquer tipo de função”, diz o parlamentar. Nas imagens, é possível visualizar os nomes dos modelos. Kica , ressalta que o termo politicamente correto é chamar as pessoas pelo nome.
Modelo Caroline Marques para campanha Brasaimara Vs Preconceito (Foto; Kica de Castro)
Modelo Caroline Marques para campanha Brasaimara Vs Preconceito (Foto: Kica de Castro)
Fotógrafa profissional desde 2000, Kica atuou em um centro de reabilitação. Ela produzia fotos científicas de pessoas com deficiência e se deparou com uma dura realidade. Buscou, então, alternativas para deixar o trabalho menos pesado a si própria e aos pacientes. “Comecei a levar acessórios como brincos, gel e perfume, a fim de deixar o ambiente mais descontraído e com cara de estúdio”, diz Kica. Em 2007, após anos de pesquisa, e termino de sua pós graduação em fotografia, abriu uma agência de modelos para profissionais com deficiência.
O coordenador de marketing do Shopping Piracicaba, Osvaldo Lyrio, cita como média de visitação 600 mil pessoas por mês no local. “É um número significativo, representa quase uma vez e meia a população da cidade. Também é muito forte a frequência do público de municípios vizinhos. Por isso, acreditamos que ao cedermos o espaço para a mostra, despertamos a consciência também de toda a região.”
Para a analista de marketing do Shopping Piracicaba, Paula Funichello, uma das filosofias da instituição é o envolvimento com ações sociais da cidade. “O fluxo aqui é muito intenso. Queremos que o nosso público tenha um contato mais próximo com a realidade dos que sofrem com alguma deficiência”, relata.
A exposição pode ser vista até 3 de setembro, data em que o Shopping sedia a quarta edição do Desfile Inclusivo de Pessoas com Deficiência e Mobilidade Reduzida, às 19h. Em 2013 serão 28 modelos, entre crianças e adultos, que apresentam as tendências da coleção Primavera Verão. Está confirmada a participação do Espaço Pipa (Síndrome de Down), Avistar, Appem e Centro de Reabilitação. O desfile é apoiado pelas lojas Centauro, Hering, Fórum, Peebles, M. Officer e Pau a Pique, além dos restaurantes Spoletto, Japão de Queijo e Divino Fogão.
Confira a programação completa
27/08 | terça-feira | 14h30 | Shopping Piracicaba
Exposição Beleza que Quebra Barreiras, de Kica de Castro
28/08 | quarta-feira | 14h00 | Câmara de Vereadores de Piracicaba
Audiência Pública para Discussão sobre Transporte Acessível
03/09 | terça-feira | 19h00 | Shopping Piracicaba
4º Desfile de Moda Inclusiva
04/09 | quarta-feira | 09h00 | FranTT Training Center
Apresentação e Demonstração de Tênis de Mesa Adaptado
05/09 | quinta-feira | 19h00 | Faculdade Anhanguera de Piracicaba
Palestra sobre Acessibilidade com Denilson Nalim (Revista Sentidos)
06/09 | sexta-feira | 14h00 | ETEC Fernando Febeliano da Costa
Palestra sobre Ostomizados com Rubens Gil Junior (Araçatuba)
09/09 | segunda-feira | 19h00 | Teatro Erotides de Campos
Espetáculo Superando Limites, com o Ballet de Cegos de Fernanda Bianchini
10/09 | terça-feira | 19h00 | Senac Piracicaba
Palestra sobre Turismo Adaptado com Ricardo Shimosakai (São Paulo)
11/09 | quarta-feira | 14h00 | Câmara de Vereadores de Piracicaba
Audiência Pública para discussão sobre acessibilidade
12/09 | quinta-feira | 14h00 | Câmara de Vereadores de Piracicaba
Palestra sobre Educação no Trânsito com Luis A. C. Lima (Proedutran)
12/09 | quarta-feira | 19h30 | Câmara de Vereadores
Entrega de Homenagem a aluna Júlia P. Barbosa (deficiente auditiva)
13/09 | sexta-feira | 19h00 | Unimep (Auditório Verde – Bloco 2)
Palestra Não foi Acidente, com Manuel Silvino Ferreira (São Paulo)
15/09 | domingo | 14h00 | Clube do Saudosista de Piracicaba
Baile com Grupo da Terceira Idade do Saudosista
17/09 | terça-feira | 14h00 | Teatro São José
Baile com Amigos do Teatro São José
17/09 | terça-feira | 19h00 | Cotip
Palestra sobre Acessibilidade com o vereador André Bandeira
19/09 | quinta-feira | 19h00 | Cotip
Palestra sobre Acessibilidade com Vereador André Bandeira
21/09 | sábado | 09h00
3ª Caminhada da Acessibilidade e Inclusão
Saída da Casa do Povoador (Avenida Beira Rio) com chegada na Área de Lazer (Parque da Rua do Porto)

Mães querem dar a filhos deficientes intelectuais chance de morarem sós



jovem morando sozinhaPor Cláudia Collucci
Nicolas tinha 14 anos quando decidiu ir sozinho à papelaria do bairro. A mãe, Flávia, permitiu, mas escondida atrás de árvores e postes, acompanhou a trajetória do filho até o local.
Sete anos se passaram e hoje, Nico, 21, que tem traços de autismo, trabalha em uma biblioteca emBrasília e pensa em morar sozinho.
Para muitas mães de jovens como Nicolas, é quase impossível pensar em vida independente para os filhos com deficiência intelectual.
Não é o que acontece com a economista Flávia Poppe, a biblioteconomista Ana Maranhão e a administradora Monica Mota, que querem que os filhos tenham moradia própria e independente.
Inspiradas em experiências no Reino Unido, criaram o Instituto JNG (iniciais dos filhos João, Nicolas e Gabriella) com a meta de discutir e desenvolver um projeto piloto de moradia independente para jovens com deficiências intelectuais, como seus filhos.
“As famílias e a sociedade falam em inclusão na escola, no trabalho, mas se esquecem da moradia. Talvez por não acreditarem que seja possível. Mas é possível, basta acreditar e dar meios”, afirma Ana Maranhão, mãe de João, 19.
Autista, João é filho único. “Como vai ser quando não estivermos mais aqui? Quem vai cuidar dele? É preciso construir alternativas saudáveis para que eles vivam bem após a morte de seus responsáveis.”
Por falta de informações e de uma rede de acolhimento, os pais tendem a superproteger os filhos com deficiência intelectual, tratando-os como crianças mesmo já adultos.
“É erro. Confundem os limites entre proteger e impedir que seus filhos se desenvolvam”, diz Flávia, que preside o Instituto JNG, que será inaugurado na terça-feira, no Rio.
Segundo a economista, é preciso criar um modelo de moradia e de assistência que se adapte à realidade do país.
No Brasil existem 2.611.536 pessoas com deficiência mental/intelectual, 1,5% da população, segundo o IBGE.
MORADIAS ASSISTIDAS
Flávia e as amigas fizeram uma série de visitas a moradias assistidas no Reino Unido. “Lá, o morador deficiente passa por avaliação em que as habilidades são valorizadas. E recebem suporte para lidar com as deficiências.”
Por exemplo, há moradores com mais dificuldade para atividades como fazer compras. Outros não conseguem preparar um lanche sozinhos. Então, recebem ajuda pontual.
Na Inglaterra, a maioria das moradias assistidas é subsidiada pelo governo e funciona em edifícios de seis a oito apartamentos. Apenas um cuidador coletivo fica 24 horas no local e é responsável por todos.
Para Ana Maranhão, esse modelo dá autonomia. “Se você reúne numa mesma casa três ou quatro, com um cuidador, a tendência é haver um nivelamento para baixo e não um estímulo às habilidades de cada um.”
Ela dá o exemplo de como o filho, que não faz a barba sozinho, tenta progredir.
“Ele já tentou, mas se machuca. Agora, tenta com o barbeador, mas os pelos são ralos. Se estivesse numa casa com mais três, é possível que o cuidador fizesse a barba de todos”.
Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Proposta prioriza adoção de crianças com deficiência

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na terça-feira (13), em caráter conclusivo, projeto de lei que prevê prioridade para processos de adoção de criança ou adolescente com deficiência ou doença crônica (PL 659/11). A autora, deputada Nilda Gondim (PMDB-PB), ressaltou que a agilidade maior não significa pular etapas ou flexibilizar procedimentos.
Pai de uma criança adotada, o deputado Antonio Bulhões (PRB-SP), relator da proposta na CCJ, reconheceu a necessidade de agilizar o processo, considerado moroso pelo parlamentar. “Normalmente, essas crianças já são por si só preteridas no processo, na triagem de adoção. Mas nós sabemos que muitas famílias estão abrindo as portas do seu aconchego, do seu lar, para crianças que, embora venham trazer essa dificuldade por estarem passando por um problema de recuperação física de saúde, uma necessidade específica de saúde, são pais que estão dispostos a fazer esse sacrifício, a receber essa criança. Por que não viabilizar para que isso aconteça no menor espaço de tempo?”, ressaltou.
Bulhões apresentou parecer favorável à aprovação do substitutivo da Comissão de Seguridade Social eFamília, que substituiu o termo “com necessidade específica de saúde”, no texto original, por “doença crônica”.
Celeridade
O psicólogo Walter Gomes, supervisor da área de adoção da Vara da Infância e Juventude do Distrito Federal, afirma que o bom senso já recomenda agilidade nos processos envolvendo crianças com problemas de saúde. Mas elogia a transformação desse cuidado em lei. “Quando um acolhimento como esse com uma tramitação célere tiver uma previsão legal, em que todos possam agir de acordo com um ditame legal, com certeza é sempre um avanço. Ressaltando que a Justiça, principalmente infanto-juvenil, tem que dar celeridade porque o bem-estar superior da criança tem que ser resguardado em todas as fases do processo”, afirmou.
Segundo Walter Gomes, cerca de 10% das crianças e adolescentes que aguardam adoção no Brasil são portadores de algum tipo de doença. Ao mesmo tempo, em torno de 90% das famílias habilitadas para a adoção pleiteiam crianças saudáveis. Os dados revelam a dificuldade dessas crianças para serem acolhidas em um lar.
Tramitação
Se não houver recurso para votação do PL 659/11 pelo Plenário, a proposta seguirá para análise no Senado.
Fonte: Agência Câmara
Referência: Jornal do Povo de Três Lagoas

Vaidosa, musa da natação paralímpica desponta como modelo fotográfica



Aos 21 anos, Camille Rodrigues concilia natação com trabalhos no mundo da moda, quebrando paradigmas: ‘Deficiente não é uma pessoa acabada’
Camille Rodrigues: a musa da natação paralímpica brasileira (Foto: Washington Alves/CPB)
Camille Rodrigues: a musa da natação paralímpica brasileira (Foto: Washington Alves/CPB)
Entende-se por ditadura da beleza um padrão estético pré-estabelecido pelo senso comum. Na contramão de qualquer paradigma, uma atleta paralímpica desponta com uma das desportistas mais bonitas do país. Com a perna direita amputada, a nadadora fluminense Camille Rodrigues já é uma realidade no mundo da moda. Morena, 1,65m de altura e corpo escultural, a nadadora foi convidada para fazer um ensaio para uma loja do Rio após o Mundial Paralímpico de Natação, em Montreal (Canadá). Descoberta por um fotógrafo carioca, ela espera abrir novos caminhos para pessoas com deficiência.
- Acho que as fotos que faço servem para quebrar um paradigma de que o deficiente é uma pessoa acabada que só fica em casa. Esse é o principal objetivo da minha atuação como modelo. Tenho isso mais como um hobby, embora tenha recebido muitos convites para trabalhos – afirmou Camille.
Natural de Santo Antônio de Pádua, no interior do Rio, a nadadora foi descoberta pelo mundo da moda há um ano, quando o fotógrafo Márcio Oliveira a viu nadando em seu clube, a Andef, em Niterói (RJ). Clicada em diferentes poses com diversos figurinos, a morena virou celebridade na internet.
- Meu primeiro ensaio fez muito sucesso, tanto que fui chamada para diversas entrevistas. Mas o mais legal foi ser reconhecida na rua por deficientes que vieram para mim e disseram que passaram a se sentir melhor ao verem o meu ensaio – destacou.
Vaidosa, a atleta não dispensa um salto alto nas saídas. Por conta de uma prótese especial, ela consegue usar o adereço raramente utilizado por pessoas com deficiências nos membros inferiores.
- Recebi essa prótese adaptada do meu patrocinador. Gostei muito, porque agora posso me produzir melhor – ressaltou.
Aos 21 anos, Camille mora sozinha em Niterói. Os pais ficaram em Santo Antônio de Pádua, para onde a nadadora costuma ir nas férias e folgas. Na Andef, a bela conheceu o namorado Thiago Alencar, guarda-vidas de piscina, a quem considera “super gente boa” no que diz respeito ao ciúme.
- Ele leva a minha fama numa boa – resumiu.
Nadadora soma no currículo quatro medalhas no Pan-Americano (Foto: Flávio Dilascio).
Nadadora soma no currículo quatro medalhas no Pan-Americano (Foto: Flávio Dilascio).
Apesar do sucesso no mundo da moda, é da natação que Camille Rodrigues vive. Competindo desde 2007, ela voltará à piscina do Parque Jean-Drapeau neste domingo para a disputa das eliminatórias dos 100m costas categoria S9 – o SporTV transmite todas as finais deste domingo, a partir das 18h (horário de Brasília). Buscando uma evolução no cenário internacional, a nadadora traçou como objetivo estar ao menos na final.
- Ainda não vou brigar por medalha agora, só por final, o que já é uma evolução enorme. Tenho muito a crescer na natação ainda para estar no melhor nível internacional – analisou.
Camille pratica natação desde os quatro anos de idade por recomendação médica. Após ter de amputar a perna direita devido a uma má formação congênita, ela teve de procurar o esporte para paralisar uma atrofia na bacia. Com quatro medalhas no Pan-Americano de Guadalajara, em 2011, ela não imaginava ir tão longe na carreira.
- No início, não imaginava chegar tão longe. Mas, desde que comecei a competir, há seis anos, os resultados foram aparecendo e hoje eu acredito em mim. Meu intuito é continuar crescendo na natação que a minha hora vai chegar – finalizou.
Fonte: Flávio Dilascio, G1

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Pai de três filhos com autismo conta como aprendeu a encarar a vida de forma otimista

“Você tem duas opções: ficar chorando na cama, lamentando uma coisa que não vai mudar ou você ir atrás de informação, de ajuda e profissionais que estejam comprometidos e informados. Eu escolhi a segunda opção”
Shutterstock
Receber um diagnóstico de autismo para um filho não é fácil para nenhuma família. Além de ter nuances desconhecidas pela ciência, o transtorno exige dedicação intensa dos pais e um investimento extra para que a criança receba os tratamentos adequados. Imagine, então, receber essa notícia três vezes. Foi o que aconteceu com Pedro*, hoje com 34 anos. Seus três filhos, de dois casamentos, têm autismo. Conversamos com ele para saber o que sentiu após receber os diagnósticos e como é a rotina com as crianças. A certeza de que há perspectivas otimistas para os meninos faz com que Pedro continue buscando ajuda e dá uma injeção de ânimo em quem vive situação parecida.
CRESCER: Como foi receber o diagnóstico pela primeira vez e como você lidou com os outros dois?PEDRO: Eu tinha 22 anos, não era casado, mas tinha uma relação com uma mulher bem mais velha. Nós tivemos dois filhos. Ela era independente e nós não vivíamos juntos. Foi ela quem me procurou e contou que os dois meninos eram especiais [hoje eles têm 8 e 10 anos e moram com a mãe]. Mas na época ela contou que tinha um caso de problema neurológico na família e eu assumi que o problema seria da parte dela. Seguimos com nossas vidas, dando a atenção necessária aos meninos. Porém, há quatro anos eu me casei e logo em seguida tive meu terceiro filho. E há um ano e meio veio o diagnóstico: ele também era autista. Aí realmente o mundo desabou na minha cabeça porque eu percebi que a carga genética era minha.
C: E o que você fez?
P.: Quando veio o diagnóstico do terceiro comecei a fazer contato com minha ex-companheira, busquei informações e descobri o dr. Alysson [Muotri, pesquisador brasileiro que trabalha na Universidade da Califórnia, estudando o autismo]. Também entrei em contato com a dra. Maria Rita Passos Bueno [que desenvolve pesquisa em autismo no Centro do Estudos do Genoma Humano]. Em um primeiro momento, a sensação foi muito ruim. Como homem você se sente muito mal, porque é como se você tivesse feito mal às crianças. Fui buscar ajuda terapêutica e tive acompanhamento psiquiátrico. Faço terapia até hoje para poder enfrentar isso tudo. Mas, passado o primeiro momento, você percebe que ou fica na cama chorando ou enfrenta, e eu escolhi a segunda opção.
C: Como é o tratamento deles?
P.: Os três fazem acompanhamento com terapeuta ocupacional, psicomotricistas e frequentam a escola regular. O mais velho, que no primeiro momento tinha todos os traços de autismo clássico, hoje já evoluiu para Asperger [que também faz parte do transtorno de espectro autista] e o psiquiatra nos falou que “ele já foi”. Isto é, provavelmente vai levar uma vida independente, vai casar, ter uma profissão, tamanha a evolução dele. E isso enche muito a gente de esperança.
C: Você acredita que essa evolução tem a ver com os estímulos que vocês proporcionaram?
P.:  Sem sombra de dúvidas, o ideal é intervir o mais cedo possível. A intervenção do mais velho não foi tão cedo quanto o mais novo. E mesmo assim ele apresenta melhoras significativas, já não tem estereotipia nenhuma. É inteligentíssimo, nunca repetiu de ano e não aceita tirar menos de 8,5 nas provas.O mais novo, de 3 anos, já está começando a falar, com certeza porque nós começamos com as terapias cedo. Ele tinha 2 anos quando foi diagnosticado. Já o segundo, com 8 anos, é o mais limitado, ele tem um quadro de autismo clássico realmente, ainda não fala.
C: Com três filhos de idades diferentes, você nota alguma evolução no tratamento do autismo?
P.: O mais novo teve acesso a algumas vitaminas importadas. Na época dos mais velhos não demos. Mas, na verdade, muita coisa do tratamento do mais novo foi feita nos Estados Unidos, porque muitos médicos brasileiros desconhecem. As vitaminas, por exemplo, foram recomendadas por uma pediatra norte-americana. É difícil porque os médicos nem sempre estão preparados para tratar essas crianças. Essa pediatra mesmo me disse que o que ela estudou sobre autismo na faculdade não tem nada a ver com o que está no consultório. E nós fizemos lá alguns exames que não são pedidos aqui e por sorte hoje eu tenho condições financeiras para isso. Eu não tenho dúvida de que o autismo está relacionado também a questões metabólicas. Nos exames, várias taxas estavam desreguladas. Nós fizemos com o mais novo a dieta celíaca, cortamos a lactose e eu tenho uma visão de que isso funciona. E meu filho hoje com 3 anos está falando.
C: Você tem contato com outros pais de crianças autistas?
P.: Eu não tenho, mas acho que em alguns casos é importante. Acho que aqueles que têm menos condições financeiras precisam de uma força extra, porque o tratamento é difícil e nem um pouco barato. Para uma criança fazer todos esses tratamentos não sai por menos de 6 mil reais por mês.
C: Como seus filhos se relacionam entre si?
P.: Os dois mais velhos não têm contato com o mais novo. Mas o mais velho entende que o irmão tem uma dificuldade e ajuda a cuidar, tem um carinho todo especial. Mas ele não aceita que tem o mesmo problema, porque ele vê o irmão e não aceita que haja tamanha diferença na evolução dos dois.
C.: Que dica você daria para um pai que está enfrentando essa situação?
P.: Eu sou kardecista, é uma crença particular, mas acho que nada na vida acontece por acaso. E aí não tem jeito, você vai passar pelas fases que são naturais. Primeiro, aquela tijolada que você recebe na cabeça. Depois, e aí é que está a grande dica, você tem duas opções: ficar chorando na cama, lamentando uma coisa que não vai mudar ou você ir atrás de informação, de ajuda e profissionais que estejam comprometidos e informados. Grandes médicos hoje não acreditam em nada do que a gente está falando, acreditam que o diagnóstico de autismo é uma sentença e acabou. E não é verdade. Claro que existem casos e casos, e os quadros mais graves do espectro nem sempre evoluem bem. Mas você não pode definir o diagnóstico como uma sentença. Tenha fé e não pense que, se o seu filho não evoluiu como você esperava, foi uma viagem perdida. Os resultados podem aparecer em prazos longos, por isso que paciência e fé são fundamentais. Tenha certeza, como pai de crianças especiais, que paciência e fé não são coisas grandes de se pedir. Eu falo de coração aberto: este ano passei o Dia dos Pais ouvindo meu filho me chamar de papai. No ano passado, saí do consultório médico sentenciado que não aconteceria. Então, já valeu a pena.
*O nome do pai foi trocado a pedido do entrevistado
Fonte: Marcela Bourroul, Revista Crescer

Praias no Nordeste se tornam acessíveis a deficientes



Praia de Ponta Negra, em Natal (RN),  beneficiada com o projeto OrtoRio. Foto: Ricardo, CC BY
Praia de Ponta Negra, em Natal (RN), beneficiada  com o projeto OrtoRio. Foto: Ricardo, CC BY
A praia de Ponta Negra, em Natal (RN), foi beneficiada com o projeto OrtoRio, da  Secretaria Municipal de Turismo e Desenvolvimento Econômico. A iniciativa tem como objetivo proporcionar a possibilidade de programação turística acessível a quem possui limitações de mobilidade.
Esteiras de acesso ao mar, cadeiras de rodas anfíbias e profissionais qualificados para o banho assistido fazem parte das iniciativas para assegurar o direito e o acesso do cidadão com algum tipo de restrição física aos roteiros turísticos.
Praias em Olinda e Fernando de Noronha, Porto de Galinhas e Boa Viagem, todas em Pernambuco, também oferecem apoio para entrar no mar com apoio do projeto Praia Sem Barreiras, da Secretaria de Turismo de Pernambuco.
Nesse aspecto, o MTur tem um programa chamado Turismo Acessível, que oferece um pacote de incentivos à estrutura e promoção acessibilidade. A ação reservou investimento de R$ 100 milhões para promover a inclusão social e o acesso de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida à atividade turística.
Fonte: Hôtelier News