osiele Lima dribla desafios da deficiência para dar curso de formação. Turma foi formada há seis meses e utiliza livros e material em braile.

Josiele ensina inglês a estudantes com deficiência visual (Foto: Jéssica Balbino/ G1)
“I help you to study. Eu te ajudo a estudar”. É assim, no esquema de tradução, que funcionam as aulas da professora de inglês da professora Josiele de Lima, de 26 anos em Poços de Caldas (MG). Mas quem vê a jovem ensinar a língua estrangeira não imagina os obstáculos que ela teve que superar para se tornar professora.
Prematura de seis meses, ela teve a retina queimada por excesso de oxigênio ainda na incubadora e perdeu 100% da visão, mas nunca desanimou por causa da deficiência. “Estou apaixonada por ensinar”, afirma ao ser questionada sobre a profissão que assumiu há seis meses. Duas vezes por semana, ela se desloca do bairro onde vive para o Centro da cidade para dar aulas em uma turma mista e “especial”, formada apenas por deficientes visuais.
Para Josi, como é conhecida, a oportunidade de lecionar não é apenas prazerosa, como desafiante. “Eu gosto bastante, mas também acho que é um desafio e tanto passar o que sei para outras pessoas. Estou muito feliz porque o conhecimento que passo está sendo absorvido pelos alunos e o fato de ser uma turma de deficientes visuais nos coloca no mesmo nível, no entanto, eu pretendo lecionar para turmas regulares também”, pontuou.
As aulas
Durante as aulas, os estudantes que possuem deficiência utilizam livros em braile e os que têm baixa visão utilizam o material ampliado. As correções das lições são feitas por e-mail e a expectativa é de que eles façam um módulo por semestre.

Aulas acontecem duas vezes por semana em Poços de Caldas (Foto: Jéssica Balbino/ G1)
Trajetória
Prova disso é que a contrapartida para estudar na universidade era integrar um projeto de inclusão, onde ministrava aulas de braile e computação para deficientes visuais e também para pessoas que enxergam.
Atualmente, ela mora com os pais, vai até o trabalho de ônibus e pratica diferentes atividades, além de se preparar para cursar pós-graduação em educação especial. “Eu costumo brincar que a única coisa que nós, deficientes visuais, não podemos fazer é dirigir, o restante, tudo é possível”, disse.
Por isso, Josi incentiva as pessoas a ‘enxergarem’ para além dos preconceitos e a lutarem pelo que desejam. “Se eu puder dizer algo para alguém, diria para que não fiquem trancafiados em casa, valorizando apenas os problemas e achando que a vida acabou. Tem que dar a volta por cima e ir à luta”, finalizou.
Fonte: Jéssica Balbino Do G1 Sul de Minas
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