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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Inclusos e os Sisos 5.200 pessoas assistiram o espetáculo- na 7ª circulação do grupo.



Inclusos e os Sisos
"Essa parceria que nos trouxe aqui para esta sétima circulação é muito importante. Pois envolve o governo, Ministério da Cultura; uma empresa com uma amplitude nacional muito forte, com capilaridade, que é a Vale; e uma instituição da sociedade civil que é a Escola de Gente. Então, nós temos, de fato, uma parceria sistêmica, intersetorial, pela inclusão. Este é o segredo para que consigamos ter um Brasil inclusivo. Um Brasil, onde os Direitos Humanos sejam garantidos para todo e qualquer humano, não importa de que modo essa pessoa fale, ande, ouça, não ouça, tenha um intelecto que vá mais devagar ou mais depressa, não importa em que condição humana se apresente, ele é sujeito de todo e qualquer direito humano e fundamental".Claudia Werneck, fundadora da Escola de Gente

Com o patrocínio da mineradora Vale, via lei de incentivo fiscal do Ministério da Cultura, o grupo Os Inclusos e os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade levou o espetáculo Ninguém Mais Vai ser Bonzinho -Em Esquetes a cerca de 5.200 pessoas de quatro regiões do país (norte, nordeste sudeste e centro-oeste), sendo 272 com algum tipo de deficiência. As 24 apresentações da peça contaram com todas as medidas de acessibilidades: tradução simultânea para Libras, audiodescrição, legendas eletrônicas, visita guiada ao cenário e programas em braile, além de reserva de assentos e atendimento prioritário a pessoas com deficiência. O grupo passou por São Luís (MA), Parauapebas (PA), Belém (PA), Corumbá (MS) e encerrou a circulação em Vitória, com espetáculos para plateias desta cidade e também de Serra (ES). Além das apresentações, a Escola de Gente ofereceu quatro Oficinas de Teatro Acessível, que contaram com 89 pessoas em suas dinâmicas, que incluem a encenação de esquetes com a temática da diversidade.

Foram aproximadamente 15 mil quilômetros percorridos nesta sétima circulação do grupo. Secretarias de Educação, mais de 30 escolas, mais de 20 projetos/organizações sociais e empresas foram mobilizados/as, totalizando mais de 70 parcerias para assistir ao espetáculo e participar das Oficinas de Teatro Acessível. A circulação foi notícia por todas as regiões por onde passou e durante o mês da circulação, a Escola de Gente teve 75 inserções na mídia.

O último destino da circulação foi o estado do Espírito Santo, que recebeu oito apresentações com recorde de público - 1.650 pessoas foram mobilizadas, vindas principalmente dos municípios de Vitória e Serra. Na plateia, estudantes, jovens, representantes de instituições e governo se divertiram com esquetes que mostram situações de preconceito para sensibilizar e promover o conceito de inclusão.

Entre as esquetes apresentadas, uma ilustra a situação de preconceito praticado por diferentes membros de uma família - no caso, a fictícia família Abigovich. Para Misael Figueiredo da Rede ALSA (Associação Lar Semente do Amor), essa é uma das possíveis origens do preconceito. "Devido à educação familiar ou de exemplos de preconceito, acaba-se tendo preconceito também", explica Misael.

Para o gerente de Comunicação da mineradora Vale em Vitória (ES), Maurício Gonzales, essa forma leve se falar sobre preconceito é um ótimo meio de mobilização. Ele ressaltou que a própria empresa já busca essa inclusão no trabalho, garantindo acessibilidade a todos/as para uma participação em igualdade de condições. A coordenadora das Ações para a Pessoa com Deficiência da Secretaria de Assistência Social, órgão da Prefeitura de Vitória, Mariana Reis, também achou que a temática foi bem abordada e pretende convidar o grupo para voltar ao Espírito Santo. Ela, que é cadeirante, considera fundamental que haja medidas de acessibilidade na comunicação: "Acho que esse é o caminho para promover a acessibilidade para além de rampas e banheiros.", explica a coordenadora que tem trabalhado na Lei Rubem Braga (Lei 3730/ 1991) para incluir a contratação de audiodescritores/as e intérpretes de LIBRAS para espetáculos, tal como já é prevista a de outros profissionais, por exemplo, iluminador/a, operador/a de som, etc.

"A audiodescrição ajuda a perceber o que acontece e foi muito bem sincronizada, não atrapalha as falas.", disse a psicóloga da Estação Conhecimento, Anaíde Leal, que tem baixa visão. A psicóloga pôde, além de escutar a audiodescrição das cenas, conhecer, tatear, fazer a visita guiada ao cenário. Apesar de toda a mobilização, implementação de leis e outras campanhas em prol da diversidade, Anaíde acredita que a razão de ainda existir preconceito é porque as pessoas não sabem lidar com as outras que têm alguma deficiência.

A peça, que é voltada para o público jovem, busca informar e deixar um legado também para as próximas gerações. "O espetáculo traz a mensagem de diversidade, respeito e unir essas duas coisas (arte e conscientização) é fantástico", afirma o Procurador do Ministério Público do Trabalho, Djailson Martins Rocha, que considera fundamental uma mobilização permanente.

Fonte: Escola de Gente

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