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domingo, 29 de janeiro de 2012

Deficiente supera dificuldades e salta de paraquedas em João Pessoa!


Deficiente supera dificuldades e salta de para-quedas em João Pessoa (Foto: Marina Magalhães / G1)Ronaldo Correia Junior salta de paraquedas com ajuda de instrutor (Foto: Marina Magalhães / G1)









Pernambucano encarou 50 segundos de queda livre durante voo duplo.
"Ele entende tudo, namora, farra, se diverte e tem uma vida social”, diz irmão.

Ronaldo Correia Junior fala e anda com dificuldades, mas 'voa' alto. Foi de um altura de oito mil pés que o portador de paralisia cerebral congênita saltou de paraquedas e aterrissou no Aeroclube de João Pessoa, mostrando que somente o céu é o limite para ele. Seus 50 segundos de queda livre, conquistados em um voo duplo na Escola de Paraquedismo Skycará, emocionaram instrutores e curiosos que aguardavam o pouso do “pássaro” pernambucano no fim da tarde deste sábado (28).


“Na infância eu queria ser astronauta. Depois, comecei a desejar ter experiências que fossem parecidas com isso”, contou o paraquedista à reportagem do G1, enquanto apontava as letras do alfabeto com os dedos dos pés em uma espécie de “tábua de comunicação”. A ferramenta, que se assemelha ao teclado de um computador comum, foi elaborada pelo pai de Ronaldo com inspiração no filme “Gaby – Uma História Verdadeira”. Para se comunicar com o filho, o engenheiro civil colou em uma tábua de cortar carne um papel impresso com letras do alfabeto e algumas palavras comuns.
“Ele lê pelo menos um livro por semana, desde revistas científicas até livros de História. Passa a tarde lendo ou conectado à internet, se comunicando com alguns colegas via MSN ou Facebook. Isso prova que a paralisia cerebral comprometeu a capacidade motora, mas a cognitiva funciona a 100%. Ele entende tudo, namora, farra, se diverte e tem uma vida social”, declarou Douglas Correia.O primeiro salto do recifense de 47 anos foi acompanhado em terra firme pelo irmão, Douglas Correia, que ainda não teve coragem de saltar junto com ele. O psicólogo explicou que as necessidades especias não impedem o irmão de ter uma rotina cheia de atividades, como refeições em família, aulas de natação, sessões de fisioterapia, horas de internet e muita leitura.
Em uma dessas tardes comuns, nas horas em que se informa sobre o que acontece no mundo diretamente da sua cadeira adaptada, Ronaldo Junior encontrou o Aeroclube de João Pessoa e a equipe Skycará. Motivado por um e-mail da irmã, no qual narrava um mergulho realizado nas férias e demonstrava os seus planos de saltar, o pernambucano começou a procurar mais detalhes sobre o assunto. “Foi aí que descobri que para saltar só precisava de dinheiro e de uma pessoa confiável, com disposição de me acompanhar”, lembrou.
Ramon Morais, instrutor da escola paraibana com 2.700 saltos no currículo, foi o escolhido para acompanhá-lo no plano. Em seus 25 anos de paraquedismo, ele garantiu que a tarde desse sábado ficará na memória como uma das mais especiais. “O salto foi emocionante e cativante pela limitação que Ronaldo e pelos desafios que enfrentou, quando poucas pessoas têm a mesma coragem”, afirmou o profissional.
Deficiente usa uma espécie de teclado para poder se comunicar (Foto: Marina Magalhães / G1)"Tábua de comunicação" utilizada por Ronaldo
(Foto: Marina Magalhães / G1)
Mas as aventuras de Ronaldo não vão parar por aqui. O instrutor de paraquedismo Sérgio Liova informou que o pernambucano tem um novo voo marcado com a escola, desta vez de parapente, para depois do Carnaval. Já o irmão do iniciante na arte de voar, Douglas Correia, garantiu que um voo asa delta também está nos planos. “M-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o”, avaliou Ronaldo Junior, apontando para as letrinhas. Porém, para a próxima vez ele já avisou que quer um voo ainda “mais longo, mais alto e com mais queda livre”.

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