Por Venceslau Borlina Filho (Ribeirão Preto)
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Um deles afirmou que vai solicitar indenização à Justiça por danos morais sofridos.
“Houve constrangimento porque nos impediram de embarcar na sala de embarque. Vou entrar na Justiça com uma ação por danos morais para que esse preconceito não se repita”, disse o analista de sistemas Crisolon Terto Vilas Boas, 54.
Ele afirmou que já viajou a 28 países e que essa foi a primeira vez que foi barrado. “Nunca tive problema e nunca fui perguntado se era deficiente. Em algumas ocasiões [em voos em outros países], houve reforço na tripulação.”
Vilas Boas contou inclusive que, num campeonato de xadrez para pessoas com deficiência visual na Polônia, um grupo de 192 cegos pegou um único voo da Air France com destino à Alemanha e que não houve incidente.
“Sou 100% cego e não preciso de ajuda para me locomover. Sempre viajei sozinho e não teria problemas dessa vez”, disse ele, que embarcou apenas às 18h de segunda-feira (20).
‘VETO SEM MOTIVO’
O enxadrista Davi de Souza Lopes, 36, afirmou que viaja muito e que nunca havia passado por essa situação. “Apesar de ser 100% cego, tenho uma mobilidade muito boa, uma noção de espaço boa.”
Ele contou que as empresas aéreas têm que ter uma atenção maior com deficientes, mas que houve exagero da Azul. “A atenção é a mesma para os cegos. Se conduz um, conduz dois, três, cinco. Na prática, essa proibição não tem motivo”, disse.
A terceira enxadrista, a assistente de vendas Priscila Melo Cândido, 21, afirmou que comprou o bilhete pela internet e que em nenhum momento foi questionada se ela é deficiente visual.
Um estudo realizado no aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto, apontou que dos 26 pontos verificados quanto a conforto, segurança e acessibilidade, 13 foram classificados insuficientes.
Fonte: Folha de S. Paulo
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