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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Campo Belo constrói rampas de ‘acesso’ que levam a lugar nenhum

Acessos  foram construídos em espaço de menos de 100 metros. Pelo menos quatro cidades da região enfrentam o mesmo problema.
Construídas próximas a matagais, em ruas que nem calçada tem, perto de barrancos, lotes cheios de entulhos e em áreas sem saída, as rampas que deveriam facilitar o acesso dos cadeirantes e deficientes físicos tornaram-se um impasse em pelo menos quatro cidades do Sul de Minas.
Em Campo Belo (MG) em um espaço de menos de 100 metros foram construídas oito rampas que apresentam o mesmo problema. Duas delas ficam próximas uma da outra e dão ‘acesso’ a um barranco. Outras levam a um lote cheio de entulhos, em outra, pedras ocupam o espaço onde a pessoa deveria manobrar a cadeira, a outra está bem na descida.
A Prefeitura Municipal de Campo Belo alega que este foi um erro da empresa contratada para a construção das rampas e que a empresa foi penalizada com a suspensão do pagamento por conta do erro.
Questionada sobre o problema, a procura jurídica do município Irene Gonçalves Martins de Paula reconhece que o erro será adequado. “As rampas foram executadas de forma errada. Foi feita a fiscalização depois da obra e as providências serão tomadas”, disse.
Ainda segundo a procuradora, as obras no bairro Jardim Brasil Vilela, onde foram feitas 60 novas rampas fazem parte de um convênio com a Secretaria Municipal de Transportes e Obras Públicas, mas os recursos que viriam do governo estadual ainda não foram liberados.
Rampas levam para lugar nenhum em Campo Belo. / Foto: Reprodução EPTV
Rampas levam para lugar nenhum em Campo Belo / Foto: Reprodução EPTV
O engenheiro Cássio Henrique Nacarato, da empresa responsável pela obra, disse que não vai se pronunciar até verificar os problemas na construção das rampas.
Enquanto isso, no Centro da cidade, vários locais públicos, como a Câmara Municipal, não tem uma rampa sequer, apenas escadas. A situação chama a atenção de Breno Ferreira Monteiro, presidente da Associação dos Deficientes de Campo Belo. “Estas construções ferem o direito dos cadeirantes e deficientes à acessibilidade. Fere a cidadania. Tem deficientes que não podem assistir às audiências porque não conseguem entrar na Câmara”, disse.
Já a Secretaria Estadual de Transportes e Obras Públicas (Setop) informou que o valor total do convênio com a Prefeitura de Campo Belo é de R$ 1,2 milhão e que apenas a primeira parcela foi liberada. Ainda segundo a Setop, as obras acima de R$ 500 mil são fiscalizadas a cada dois meses e ao final há outra fiscalização e que a Secretaria vai verificar a situação na cidade.
Outras cidades
Em Delfim Moreira (MG) cerca de 10 rampas foram construídas no bairro Caquende. Uma termina em uma cerca, a outra, em um rio. Praticamente todas levam a lugar nenhum e o calçamento do bairro também dificulta a acessibilidade.
Na cidade de Carmo da Cachoeira (MG) as rampas construídas levavam para matagal, muros e barrancos e na cidade, prédios públicos também não tinham acessibilidade. A Secretaria de Obras informou que as rampas continuam no mesmo local, mas que novas já foram feitas próximas a prédios públicos, como na entrada do fórum.
Já em Alpinópolis (MG), as rampas de acesso construídas no bairro Mundo Novo não tinham utilidade e davam em terrenos baldios, cercas de arame e em um muro. O prefeito da cidade, Edson Luiz Rezende Reis informou que a administração solicitou aos donos dos imóveis que fizessem calçadas onde elas não existiam para melhorar a utilidade das rampas e que foram feitas novas rampas em locais adequados na cidade.
Assista o vídeo: http://migre.me/eOdVv
Fonte: G1

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