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terça-feira, 26 de março de 2013

Ciclista atropelado terá prótese adaptada para poder desenhar.



Nelson mostra uma das possíveis próteses que David irá receber
Foto: Luana Eid / G1
Doação
"David não vai precisar abandonar a paixão pela arte". É assim o empresário Nelson Nolé - especialista no ramo de próteses ortopédicas em Sorocaba (SP) - avalia a situação do ciclista que teve um braço amputado depois de ser atropelado na Avenida Paulista, em São Paulo (SP). Nelson informou nesta quarta-feira (13) que irá doar a prótese para o jovem.

A delegada Priscila Oliveira Rodrigues se emocionou ao relatar, nesta terça-feira (12), o depoimento do ciclista David Santos Souza. Durante depoimento, o jovem de 21 anos mostrou desenhos que fazia, e lamentou não poder continuar com o hobbie.

Porém, de acordo com o empresário, a amputação não será impedimento para David continuar a desenhar. "Nós já vimos diversos casos de pessoas que continuaram a escrever e desenhar depois de receber uma prótese. Vamos dar todas as condições para que ele prossiga com seus desenhos", analisa o especialista.

Para Nelson, que atua no ramo há 46 anos, é possível que David recupere a maior parte dos movimentos. "Nós ainda temos pouca informação sobre o nível da amputação. A partir disso, saberemos qual será a melhor prótese para o jovem", explica Nelson. Entre os sistemas desenvolvidos pela empresa estão o biônico, com comando cerebral e o eletrônico.

Como ocorreu o acidente
Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do para-brisa e permaneceu preso ao veículo.

O motorista fugiu do local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de onde lançou o braço em um córrego. Depois, voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé à unidade policial para se entregar.

O exame clínico apontou que o motorista havia ingerido bebida alcoólica antes do acidente. A comanda de consumo de Alex Siwek, paga na casa noturna de onde ele saiu antes de atropelar o ciclista, mostra que ele pagou por três doses de vodca e um energético. O horário que a comanda individual de consumo foi fechada, às 6h, porém, é posterior ao horário do acidente, ocorrido às 5h30.

O advogado de Siwek, Pablo Naves Testone, afirma que o estudante de psicologia não tem antecedentes criminais e que reúne os requisitos para responder ao processo em liberdade. Diz ainda que a família do rapaz está muito assustada com a repercussão do caso e que já sofreu ameaças.

"Acharam o número da residência fixa, e ligaram falando bobagens, como a mãe e o pai educaram o menino, falando que iam matá-los." A ligação foi atendida pela mãe de Alex, que, segundo o advogado, está tomando rémedios por conta dos últimos acontecimentos. "Todos estão comovidos, sabem que foi aterrorizante, e que o menino será julgado pelo que fez, mas algumas pessoas estão exagerando."

O estudante foi transferido para o Centro de Detenção Provisória 3 de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, na terça-feira (12). Ele estava no CDP 2 do Belém, na Zona Leste, desde segunda (11). Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), Siwek ficará em regime de observação, sem contato com os outros presidiários, para se adaptar ao regime carcerário. Durante o período, ele só poderá receber visita de seus advogados.

Laudo
O delegado Martins revelou, na terça-feira, que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou sinais de embriaguez no motorista do veículo, mas concluiu que Alex não estava embriagado. A Polícia Civil disse que irá questionar a conclusão do laudo.

Martins acredita que o resultado pode ter sido prejudicado porque Alex foi submetido ao exame horas depois do acidente. O exame foi realizado às 11h21 e o atropelamento ocorreu por volta das 5h30. No documento do IML, a médica responde a duas perguntas: "há sinais indicativos que o examinado está sob efeito de álcool etílico? Sim" e "Em consequência disso, ele está embriagado? Não".

A polícia pretende enviar perguntas à medica do IML que examinou o jovem para entender o resultado. Um exame clínico havia apontado que o jovem tinha bebido antes do acidente.

Investigações
Antes de concluir o inquérito, a polícia aguarda os resultados das perícias feitas no local da batida, no carro de Alex e no Córrego Ipiranga, local onde o braço foi jogado na Avenida Doutor Ricardo Jafet. Segundo o delegado Martins, 13 pessoas já foram ouvidas, entre testemunhas e envolvidos no caso.

A polícia também busca imagens de câmeras de segurança do local do acidente e também do ponto onde o braço foi jogado. Até agora, a polícia tem apenas imagens de uma câmera da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) que mostram uma viatura de resgate passando às 6h06 de domingo para atender a ocorrência.

Fonte: G1 Sorocaba e Jundiaí

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